| Por ela mesma
Renascido Estéril Sugador de Sangue Sedutor Não dê nada Homem Sensível
Caro Drácula,
Estava no banho sentindo que você estava frio quando as batidas na porta me acordaram. O diabo estava lá usando um vestido e em suas mãos um bolo com velas sussurrando: "Cuide de suas necessidades".
Meu pai fala sem deixar que um gole passe pelo corpo que faça com que outro seja necessário. Pensei ter ouvido você gritar aquela noite depois da natação com olhos cor-de-rosa em uma limusine suave. Estava frio, nossos cabelos ainda molhados e as janelas enevoadas quando Nixon renunciou ao cargo.
Ao ouvir Meus colegas americanos caímos no sono. Acordei vendo duas luas, mas nossas vidas continuavam no caixão esperando que a névoa das janelas desaparecesse e que minha mãe desse partida no carro e nos levasse para casa, para uma gostosa refeição.
Soprei um buraco em um desejo; as chamas que vinham em minha direção se beijaram por três dias eu te-soprei sussurravam em meu ouvido e fiquei pensando se você tinha me transformado em um peixe. Nadando para cima no interior do corpo eu vomitava para conseguir alcançar a esfera celestial. Ela veio ao meu encontro como uma onda e ao seguir meus colegas astronautas bati a cabeça contra a superfície tentando romper e enterrar meu corpo para sempre, por toda a humanidade.
Ultimamente a vida tem se recolhido antes de chegar perto demais. Os astronautas dormem no espaço sem tirar suas calças. A morte trabalha de dentro para fora e todos os meses sua promessa suga meu ferro. O sangue murmura pelo ímã das estrelas. Nossos corpos solitários e seu agridoce comprimento de onda é a única coisa que nos mantêm longe e juntos sonhando que um dia um sonho morno virá e a morte permanecerá.
Para sempre, sua amiga, Katy
Epílogo
Notas para o Afogado:
Um balde de gelo foi jogado na cavidade do tórax enquanto meu coração parava para esperar seu retorno sem fim. Ao voltar com uma pedra em forma de lua espelhada, um pé frente ao outro, você olhou para uma imagem inconsistente sempre substituída até que um raio de luz alcançou a rocha e atravessou seu caminho brilhando. Aí você caiu, caiu e atravessou a atmosfera. Veias da perna foram retiradas e envolvidas em torno do coração como se fossem fios de arame em volta de um músculo de ferro. O ímã atraiu a Primavera e o gelo derreteu sobre uma batida do coração enquanto você caía morto em um mar escarlate.
A gordura flutua e os músculos afundam, eu estava te escrevendo uma carta de amor quando reflexões profundas destruíram nossa relação. Seu maiô de metal o atraiu para o fundo enquanto camadas de filme reflexivo destruíam o foco da sua imagem. Drácula está morto. Em momentos de melancolia você se dirige à biblioteca em busca de sua foto e todas as noites eu volto para dormir com um homem morto que levita ao meu lado.
Escrito por ocasião de sua morte tola por sua Mulher que o Ama. 1995
Querido Hamlet,
Sonhei que você matou meu pai e cortou todas as suas árvores. Meus irmãos voltaram para casa, venderam a madeira e dividiram o dinheiro entre eles, dizendo ao mesmo tempo: "Estamos felizes que ele se foi".
Vi sua mãe ontem. Ela estava comprando lingerie no centro da cidade. Eu tinha colhido flores e dei algumas a ela. Depois fomos almoçar e ela falou sobre o seu tio. Seus lábios tremiam... sua cabeça trêmula e seus cabelos brilhavam como se diamantes tivessem sido inseridos em sua alegre alma. Comecei a compreender por que ela deixou seu pai.
Ela não fez nenhuma menção a você.
Levanto-me todas as manhãs antes do sol raiar e vou nadar na pedreira. A água fica fria até o sol ficar suficientemente alto para iluminar sua superfície. Tento flutuar no interior da imagem e fico bem quieta até me sentir tomada pelo calor e a difereça entre a água e eu mesma se dissolver.
Abro a boca e a água salgada entra sem encontrar barreiras e sem uma respiração. A água dentro do meu corpo afugenta qualquer pensamento. Só penso em você quando preciso respirar.
Afundando do sólido ao líquido estendo-me contra a parede de pedra que planejo comer e onde pretendo entrar em algum tempo. Com areia em meu estômago deslizo na profundidade fria e me coagulo... e retorno para o estado sólido. Você está sempre comigo.
Sempre sua, Ophelia
"Aos sábados à noite saímos, voltamos para cá e fazemos amor; qual é o sentido de tudo isso?"
Querido sr. Armstrong,
O sol furava nossos olhos, mantidos bem abertos entre nossos dedos - nossos olhos redondos e úmidos em volta de uma tela de TV. Encontro paz lá, deixei uma marca de respiração sobre o seu terno. Você foi embora. Minha mente permaneceu aberta alternando pensamentos. Molhei sua imagem, engoli meu corpo e juntos montamos em um supositório e voamos em direção à lua.
Passamos pelo Filho Pródigo e ele dá adeus. Galopando pela escuridão ele deixa os amigos à medida que o Desejo se multiplica em círculos enquanto a Terra pousa no Mar da Tranqüilidade.
Bombeando ferro no mar morto, Querido Astronauta, a última vez que vi você foi através de um carrinho com vidro selado fazendo gestos como se fosse algum vestígio medieval; você exibia germes fatais e medo de odores. Com carinho encostei minha mão no vidro e você recuou.
De volta olhava com lágrimas nos olhos para o lago enregelado. Os redivivos apareceram e pressionaram um favor sórdido. Por três dias velas vermelhas derreteram sobre o bolo de anjo e as chamas se extinguiram por si só. Em uma poça de sangue o destino atravessou frente aos olhos da garota e bolhas de vidro frio esfregaram-se em sua barriga. Ao dormir com os mortos, ele saiu sem dizer adeus; prometendo o fim da vida para sempre.
J.A.
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| Nasceu em Grand Island, Nova York, em 1963. Em 1985 estudou no Philadelphia College of Art na Filadélfia, Pensilvânia, onde recebeu seu diploma de bacharel em belas-artes (escultura). Estudou na Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut, em 1989, onde recebeu seu diploma de mestre em belas-artes (escultura).
Exposições individuais
1997 Renaissance Society, Chicago, Estados Unidos. 1996 AC Project Room, Nova York, Estados Unidos. 1995 Dear Mr. Armstrong, Janice Guy, Nova York, Estados Unidos.
Exposições coletivas
1996 Wands Foundation, Malmo, Suécia. 1995 Incidental Alterations, P.S. 1 Studio Artists 1994-95; P.S.1 Museum at the Angel Orensanz Foundation, Nova York, Estados Unidos. 1994 Licht, Austrian and American Artists, Art Prop, Nova York, Estados Unidos; Critical Mass, Yale University Art Gallery, New Haven, Estados Unidos; Annual Auction, The New Museum, Nova York, Estados Unidos; Artist Select, Artist Space, Nova York, Estados Unidos; Group Show (com Paul Bloodgood, Luca Buvoli, Jason Rhoades), Sandra Gering Gallery, Nova York, Estados Unidos. 1993 Germinal Notations, Drawing Show, Food House, Santa Mônica, Estados Unidos; AC Project Room, 303 Gallery, Nova York, Estados Unidos; Love and other Fatal Attractions, Santa Barbara Contemporary Arts Forum, Santa Barbara, Estados Unidos.
Prêmios
1994/95 P.S.1 Museum International Studio Program. 1991 Connecticut State Commission on the Arts, Individual Artists, Project Grant. 1988/90 Yale School of Art and Music at Norfolk, Artist in Residence. 1984 Philadelphia College of Art, Leo Model Foundation, Award for Juniors.
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