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Projeto para Universalis (detalhe)
1996

 


Sagrado Corazon Activo
1991


Lavar�s Tus Pecados
1991. Materiais diversos, 240X180X52 cm.

 



Jos� A. Hernandez-Diez


Depoimento do Artista

P. Existe em seu trabalho uma atitude consciente de descaracterizar os meios de comunica��o (m�dia, v�deo) como meros meios e convert�-los em canais de cr�tica?
R. N�o em todo o meu trabalho. Al�m do mais, tenho feito trabalhos nos quais utilizo o v�deo como meio protagonista da obra. Em In God We Trust poder�amos dizer que os meios "est�o descaracterizados", mesmo quando determinada obra corresponde a um momento do meu trabalho em que eu estava voltado para interesses diversos dos atuais. N�o me interessa estabelecer canais de cr�tica atrav�s de meu trabalho porque acredito que hoje est� cada vez mais perigoso e amb�guo fazer da arte um espa�o para o ativismo.

P. O senhor parece ser contra o uso asc�tico geral. H� em sua estrat�gia art�stica um desejo expl�cito de mostr�-los como algo "sujo ou contagiado"?
R. No in�cio sentia-me obrigado a esclarecer. Minha obra tinha um aspecto high- tech, prolixo. Nessa �poca era poss�vel dizer que minha obra "descaracterizava" os meios. Naquele momento, sem d�vida, minhas obras se relacionavam com a "sujeira", com "o cont�gio", por meio de imagens como, por exemplo, as da lavagem autom�tica do manto sagrado na obra Lavar�s Tus Pecados; as imagens do paganismo inserido no cristianismo, atrav�s da ci�ncia; no cachorro embalsamado; nos transplantes de c�rnea e de cora��o; nas imagens sangrentas de saques urbanos, entre muitas outras. Na etapa atual de minha obra podemos observar, evidente e fisicamente, uma apar�ncia descuidada que se caracteriza pelo uso de "materiais pobres" em contraste com a alta tecnologia dos dispositivos utilizados para mostrar os v�deos, que s�o parte integral da obra. Essa mudan�a em meu trabalho reflete as mudan�as profundas ocorridas na Venezuela, que est� submersa em uma grave crise econ�mica.

P. Os pl�sticos que planeja colocar em frente aos monitores t�m a fun��o corrosiva de mostrar as imagens n�o apenas borradas mas tamb�m asfixiadas?
R. Os pl�sticos seriam como cris�lidas, formas que colocam em evid�ncia a transi��o, a gesta��o daquilo que est� em seu interior. Eles sugerem, al�m disso, a id�ia de prote��o, em fun��o do hermetismo das l�minas de acr�lico moldadas termicamente. De certo modo pretendi mostrar liricamente que aquilo que est� em seu interior n�o deve se corromper em contato com o exterior.

P. O senhor acredita que seu trabalho questione basicamente o car�ter abstrato das imagens da telem�tica em algo concreto e que possa ser fixado em sua materialidade?
R. Em uma de minhas primeiras obras, Houdini (1989), ocorreu isso que o senhor observou. E essa tem sido uma caracter�stica freq�ente em meu trabalho. No caso de Houdini trata-se de um monitor submerso em uma caixa de acr�lico cheia de �gua. Nele v�em-se imagens minhas representando o �ltimo ato do famoso escapista. Isto �, devo primeiro escapar do pr�prio ato para, em seguida, escapar do universo l�quido que envolve o monitor. Ao faz�-lo, duplico a fa�anha do imortal Houdini.



Cronologia


Nasceu em 1964 em Caracas, Venezuela. Vive e trabalha em Caracas.


Exposi��es individuais

1995
Galeria Camargo Vila�a, S�o Paulo, Brasil; Sandra Gering Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1991
San Guinefort y Otras Devociones, Sala RG, Caracas, Venezuela.


Exposi��es coletivas

1996
Defining the Nineties, Museum of Contemporary Art, Miami, Estados Unidos.
1995
'95 Kwangju Biennale, Seul, Cor�ia do Sul; World Wide Video Festival, Haia, Holanda.
1994
Bienal de La Habana, Havana, Cuba; Annual Benefit Auction, The New Museum of Contemporary Art, Nova York, Estados Unidos; Cocido y Crudo, exposi��o itinerante em tr�s locais: Museo Nacional Centro de Arte Reina Sof�a, Madri, Espanha; Sandra Gering Gallery, Nova York, Estados Unidos; Galleria Galliani, G�nova, It�lia.
1993
CCS-10/ArteVenezolano Actual, Galer�a de Arte Nacional, Caracas, Venezuela; Nuevas Adquisiciones 1991-1992, Galer�a de Arte Nacional, Caracas, Venezuela; Aperto'93: Ermergency/Emergenze, XLV Biennale di Venezia, It�lia; The Final Frontier, The New Museum, Nova York, Estados Unidos; Ante Am�rica, exposi��o itinerante em dois locais: Queens Museum of Art, Nova York, Estados Unidos; Museo de Artes Visuales Alejandro Otero, Caracas, Venezuela.
1992
Ante Am�rica, Biblioteca Luis Angel Arango, Bogot�, Col�mbia; I Bienal Barro de Am�rica, Museo de Arte Contempor�neo de Caracas Sof�a Imber, Venezuela; Sexta Edici�n Premio Eugenio Mendoza, Sala Mendoza, Caracas, Venezuela.
1991
Venezuela/Nuevas Cartograf�as y Cosmogon�as, Galer�a de Arte Nacional, Caracas, Venezuela; III Bienal Nacional de Arte de Guayana, Museo de Arte Moderno Jes�s Soto, Cidade Bolivar, Venezuela; El Esp�ritu de los Tiempos, Galer�a Los Espacios C�lidos, Caracas, Venezuela; Video-Escultura'91, Sala RG, Caracas, Venezuela.
1990
Los 80: Panorama de las Artes Visuales en Venezuela, Galer�a de Arte Nacional, Caracas, Venezuela; III Bienal de Video Arte, Museo de Arte Moderno de Medell�n, Col�mbia.
1989
I Rese�a de Arte en Video, Sala RG, Caracas, Venezuela; Video Instalaciones, Galer�a Sotavento, Caracas, Venezuela.
1988
IX International Festival of Super 8 and Video, Bruxelas, B�lgica; I Bienal Nacional de Artes Pl�sticas, Modalidades de Expresiones Libres y Fotograf�a, Galer�a de Arte Nacional y Galer�a Los Espacios C�lidos, Caracas, Venezuela.