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Fabulas Amorales de la Provincia
1996. Técnica mista. Projeto para Universalis (instalação)

 


El Estado de Derecho in Intervenciones en el Espacio (detalhe)
1995. Alto-relevo com a forma de palmas e moldes da fachada da Galeria de Arte Nacional de Caracas; texto: 9 artigos do Código Civil da República do Chile (escrito pelo autor humanista venezuelano Andrés Bello). Museo de Bellas Artes, Caracas


El Padre de la Patria
1994. Luminárias halógenas, foto em silkscreen s/ placa acrílica, aves de rapina embalsamadas, números romanos de I a XIV em latão; todos os objetos organizados em 14 estações, conforme a Via Crucis; texto: Soneto XXVI (14 versos) de Garcilaso de la

 



Gonzalo Díaz


Depoimento do Artista

A Raposa com rabo de chumbo
persegue a Ovelha que pasta
em pastos de chumbo.

A Ovelha com lã de chumbo
persegue o Pato que nada
em águas de chumbo.

O Pato com plumas de chumbo
persegue o Galo que canta
um canto de chumbo.

Coloquei essa pequena fábula - datilografada em cartolina - como fundo tipográfico atrás dos quatro animais de chumbo que estão sobre a minha mesa de trabalho; durante muito tempo, sua leitura obrigatória precisava ser feita olhando através dos animais de chumbo que figuravam nos tercetos. Era um exercício de rima que realçava a diferença entre a ação repetitiva e circular das palavras e a quietude material das figuras de chumbo. Nessa diferença oscila a natureza do sentido dos versos, desde seu caráter metafórico até o meramente descritivo e perceptivo: A Ovelha que Tem Lã de Chumbo é, ao mesmo tempo, nessa situação de pequena encenação da palavra, linguagem figurada e direta.

Essa dobradura, dobra ou duplicidade faz ressaltar a falta de moral dessa pequena história - a referida dupla significação - liberando-a (aparentemente) das grandes `responsabilidades políticas´: trata-se de uma fábula amoral.

Esse resquício, ou melhor, esse vazio, em uma pequena história, quase particular, na privacidade da província - a raposa persegue a ovelha, a ovelha persegue o pato, o pato persegue o galo -, dá lugar e convoca seu maior revés, isto é, aquilo que supostamente é mais significativo, universal, essencial, ôntico, metafísico na relação voluntária e artística - contra a científica, a erudita - que ocorre entre os nove versos do `Poema´ e as nove hierarquias celestiais. É como se essas se constituíssem nas leis que regem tanto os grandes acontecimentos naturais e históricos quanto a leve brisa que move as folhas das árvores no bosque.



Cronologia


Nasceu em 1947. Vive e trabalha em Santiago, Chile.


Exposições individuais

1995
Museo de Arte Moderno, Chiloé, Chile.
1991
La Declinación de los Planos, Universidad Católica de Chile.
1989
Lonquén 10 A-os, Galería Ojo de Buey, Santiago, Chile.
1988
Banco-Marco de Prueba, Galería Arte Actual, Santiago, Chile.
1986
Reposición, Galería Visuala, Santiago, Chile.
1985
El Kilómetro 104, Galería Sur, Santiago do Chile.
1984
¿Que Hacer? - ¿Chtó Dielat?, Galería Sur, Santiago, Chile.


Exposições coletivas

1996
Los Límites de la Fotografía, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago, Chile; 96 Container - Art Across Oceans, Copenhague, Dinamarca; Arte Latinoamericano, Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina.

1995
Intervenciones en el Espacio, Museo de Bellas Artes, Caracas, Venezuela.
1994
VentoSul/II Mostra de Artes Visuais Integração do Cone Sul, Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai; V Bienal de la Habana, Cuba; La Escuela de Santiago, 8000 Postcards, Santiago, Chile.
1993
Time & Tide, Second Tyne International, Newcastle upon Tyne, Inglaterra; Arte Latinoamericano Actual, Museo Municipal de Bellas Artes J.M. Blanes, Montevidéu, Uruguai; Cartographies, Winnipeg Art Gallery, Winnipeg, Canadá.
1992
A Palabra Gravada, X Mostra da Gravura, Curitiba, Brasil; Latin American Artists of the Twentieth Century, Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos; Entre Trópicos: Arte Latinoamericano, CONAC, Museo de Arte Contemporáneo, Caracas, Venezuela.
1991
Arte Contemporáneo desde Chile, American Society, Nova York; IV Bienal de la Habana, Cuba.
1989
II Bienal de Pintura de Cuenca, Equador; Cirurgía Plástica - Konzepte Zeitgenössicher Kunst Chile 1980-1989, Staatlichen Kunsthalle, Berlim, Alemanha.
1987
Chile Vive, Ministerio de Cultura del Gobierno Español, Madri, Espanha.
1984
V Bienal de Sidney, Austrália.
1979
XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil.