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Depoimento do Artista
A Raposa com rabo de chumbo persegue a Ovelha que pasta em pastos de chumbo.
A Ovelha com lã de chumbo persegue o Pato que nada em águas de chumbo.
O Pato com plumas de chumbo persegue o Galo que canta um canto de chumbo.
Coloquei essa pequena fábula - datilografada em cartolina - como fundo tipográfico atrás dos quatro animais de chumbo que estão sobre a minha mesa de trabalho; durante muito tempo, sua leitura obrigatória precisava ser feita olhando através dos animais de chumbo que figuravam nos tercetos. Era um exercício de rima que realçava a diferença entre a ação repetitiva e circular das palavras e a quietude material das figuras de chumbo. Nessa diferença oscila a natureza do sentido dos versos, desde seu caráter metafórico até o meramente descritivo e perceptivo: A Ovelha que Tem Lã de Chumbo é, ao mesmo tempo, nessa situação de pequena encenação da palavra, linguagem figurada e direta.
Essa dobradura, dobra ou duplicidade faz ressaltar a falta de moral dessa pequena história - a referida dupla significação - liberando-a (aparentemente) das grandes `responsabilidades políticas´: trata-se de uma fábula amoral.
Esse resquício, ou melhor, esse vazio, em uma pequena história, quase particular, na privacidade da província - a raposa persegue a ovelha, a ovelha persegue o pato, o pato persegue o galo -, dá lugar e convoca seu maior revés, isto é, aquilo que supostamente é mais significativo, universal, essencial, ôntico, metafísico na relação voluntária e artística - contra a científica, a erudita - que ocorre entre os nove versos do `Poema´ e as nove hierarquias celestiais. É como se essas se constituíssem nas leis que regem tanto os grandes acontecimentos naturais e históricos quanto a leve brisa que move as folhas das árvores no bosque.
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| Nasceu em 1947. Vive e trabalha em Santiago, Chile.
Exposições individuais
1995 Museo de Arte Moderno, Chiloé, Chile. 1991 La Declinación de los Planos, Universidad Católica de Chile. 1989 Lonquén 10 A-os, Galería Ojo de Buey, Santiago, Chile. 1988 Banco-Marco de Prueba, Galería Arte Actual, Santiago, Chile. 1986 Reposición, Galería Visuala, Santiago, Chile. 1985 El Kilómetro 104, Galería Sur, Santiago do Chile. 1984 ¿Que Hacer? - ¿Chtó Dielat?, Galería Sur, Santiago, Chile.
Exposições coletivas
1996 Los Límites de la Fotografía, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago, Chile; 96 Container - Art Across Oceans, Copenhague, Dinamarca; Arte Latinoamericano, Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina.
1995 Intervenciones en el Espacio, Museo de Bellas Artes, Caracas, Venezuela. 1994 VentoSul/II Mostra de Artes Visuais Integração do Cone Sul, Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai; V Bienal de la Habana, Cuba; La Escuela de Santiago, 8000 Postcards, Santiago, Chile. 1993 Time & Tide, Second Tyne International, Newcastle upon Tyne, Inglaterra; Arte Latinoamericano Actual, Museo Municipal de Bellas Artes J.M. Blanes, Montevidéu, Uruguai; Cartographies, Winnipeg Art Gallery, Winnipeg, Canadá. 1992 A Palabra Gravada, X Mostra da Gravura, Curitiba, Brasil; Latin American Artists of the Twentieth Century, Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos; Entre Trópicos: Arte Latinoamericano, CONAC, Museo de Arte Contemporáneo, Caracas, Venezuela. 1991 Arte Contemporáneo desde Chile, American Society, Nova York; IV Bienal de la Habana, Cuba. 1989 II Bienal de Pintura de Cuenca, Equador; Cirurgía Plástica - Konzepte Zeitgenössicher Kunst Chile 1980-1989, Staatlichen Kunsthalle, Berlim, Alemanha. 1987 Chile Vive, Ministerio de Cultura del Gobierno Español, Madri, Espanha. 1984 V Bienal de Sidney, Austrália. 1979 XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil.
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