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Mother Weep No More (Homage to Eugenie)
1996. Acrílico s/ tela, 130X190 cm





In the Golden Afternoon
1996. Acrílico s/ tela, 130X190 cm



 


 


Winston Branch

Por André Chapot
Conselheiro Cultural da Embaixada da frança em Castries


Winston Branch, A Paisagem Interior

Atraído desde o início pelas cores e pela luz, Winston Branch as privilegia cada vez mais em seus trabalhos mais recentes. Esse fato deixa de nos espantar quando somos informados de que nasceu no Caribe e que há alguns anos voltou a viver em Santa Lúcia, seu país de origem.

Seria demasiado simplista querer caracterizar sua obra unicamente através de características geográficas, mas essa volta às origens certamente não é mera coincidência, sobretudo para ele, que viveu muitos anos longe de sua pátria. Trata-se, ao contrário, do fato de que seu amadurecimento lhe permitiu descobrir sua verdadeira natureza. Finalmente ele volta a se instalar no local onde sua arte floresce.

Não foi fácil, porém, chegar lá. Adolescente talentoso, precisou abandonar sua minúscula ilha, local onde a pintura só poderia existir como hobby ou sob a forma de artesanato decorativo. Ele não tinha outra alternativa além do exílio em locais que fossem mais ricos para sua experiência artística. Nesses locais, porém, as cores não são tão vivas e a luz é acinzentada.

Esses anos de aprendizagem, porém, foram fundamentais. Entre 1966 e 1970, Branch freqüentou a Slade School of Fine Arts em Londres. Definiu ali sua vontade de superar as dificuldades e de aprofundar cada vez mais sua arte graças ao exemplo de pintores como Wifredo Lam e Roberto Matta, cujas obras descobriu nessa época. Como ele, esses artistas provêm de países com muita luz, que foram capazes de superar as dificuldades para dominar sua arte. Conscientizou-se da necessidade de ultrapassar esse difícil período de pesquisas para alcançar uma linguagem pictórica universal que lhe permitisse expressar sua própria personalidade de pintor advindo do Caribe.

Sua viagem iniciática continuou em Roma, Estados Unidos e Berlim, com freqüentes retornos a Londres. Ao longo dessa experiência, a fama de Winston Branch aumentou e sua pintura evoluiu. Como ele mesmo declarou, era inevitável que, depois de ter aprendido muito com Monet, Matisse e Nicolas de Staël, e tendo descoberto sua própria identidade, ele tivesse chegado à pura abstração.

Após criar, finalmente, sua própria linguagem simbólica, passou a nos mostrar sua paisagem interna. Essa maturidade também corresponde à volta a seu país natal. Depois de 1986, Winston Branch retomou os laços com Santa Lúcia e se instalou novamente na ilha, onde encontrou um equilíbrio entre o lugar onde vive e sua pintura.

Utilizando quase exclusivamente a tinta acrílica, Winston Branch nos mostra um mundo calorosamente colorido e propõe um jogo entre os suportes (madeira, cartolina) e as formas. Longe dos clichês turísticos, ele nos conduz à descoberta da verdadeira beleza dessas ilhas e sua identidade profunda.

Uma vez que a pintura se tornou uma linguagem universal em nosso século, é fundamental que a voz do Caribe, por intermédio de um artista como Winston Branch, possa ser ouvida na 23a Bienal Internacional de São Paulo.



Cronologia


Nasceu em 17 de março de 1947 em Santa Lúcia. Vive e trabalha em Castries, Santa Lúcia.


Exposições individuais

1994
Alliance Française, Roseau, Dominica; Belize Arts Council, Belize; Department of Museums, Belmopan, Belize; Sir Arthur Lewis Community College, Castries, Santa Lúcia.
1992
Alliance Française, Castries, Santa Lúcia.
1987
Jersey Arts Council, Bernie Gallery, Channel Isles, Grã-Bretanha.
1982
Biennale de Paris, Musée d'Art Moderne, Paris, França.
1977
Hoshschule der Künste, Berlim, Alemanha.
1976
Gallerie Richter, Berlim, Alemanha.
1975
Terry Dintenfass Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1973
Fisk University, Carl Van Vechten Gallery, Nashville, Estados Unidos.
1971
XI Bienal Internacional de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil.
1969
Winston Branch com Feliks Topolski, St. Martin in-the-Field, Londres, Inglaterra.


Exposições coletivas

1994
II Bienal de Pintura del Caribe y Centroamerica, Museo de Arte Moderno, Santo Domingo, República Dominicana; IV Bienal International de Pintura de Cuenca, Modern Art Museum, Cuenca, Equador; Indigo "94, Point-à-Pitre, Guadalupe.
1992
Les Afros Américains et l'Europe, Paris, França.
1986
Artists of Promise and Renown, University of Warwick, Inglaterra.
1981
British Artists in Berlin, Goethe Institute, Londres, Inglaterra.
1980
British Rome Scholars, South London Art Gallery, Londres, Inglaterra.
1977
Second World Festival of Arts and Culture, Lagos, Nigéria.
1972
Carifesta, Georgetown, Guiana.
1971
Salon des Jeunes Peintures, Grand Palais, Paris, França; Recent Acquisitions of the Contemporary Art Society, Londres, Inglaterra; Caribean Artists in England, Commonwealth Institute, Londres, Inglaterra.