| Por Suzanne Meszoly
A construção de um nome comum
Em setembro de 1995, de acordo com as leis federais da Hungria, Csaba Nemes assinou um contrato com Zsolt Veress, um artista com quem ele expôs em diversas ocasiões, para que efetuassem uma troca de nomes. Dentro desse projeto artístico, ligado à substituição de identidades, esses nomes são usados apenas com propósitos profissionais, sendo utilizados apenas por ocasião de exibições num contexto artístico. Porém, ambos os artistas mantiveram seus próprios nomes na vida normal, civil.
Preocupado primeiramente com estruturas de apropriação, autoridade, ficção e com as construções de identidade e representação, o artista envolve as formas tradicionais de descrição e informação comerciais e culturais. Por meio de intervenções de composição visual, elabora reinterpretações que questionam os processos de criação do conhecimento comum, os métodos de manipulação da mídia e do poder e a mensagem de imagens e textos publicitários. Pela apropriação de imagens do mass-media e de características culturais e ações não-artísticas, o artista 're-dissemina' um novo método de transmissão, confrontando nossos modelos de compreensão e interpretação aprendidos por meio do método rotineiro. No seu contínuo exame do fenômeno sociológico, de sua investigação da prática artística na era da sociedade da informação pós-moderna, e chegando a um acordo com o fim do milênio e com o vasto desenvolvimento tecnológico global, o artista criou a vídeo-instalação Common Name.
Em Common Name, dois ambientes estão ligados por um único elemento: a simultaneidade de tempo e espaço. No primeiro 'mundo', um festival folclórico de província europeu, com direito a um carrossel rodopiante, um show paralelo de entretenimento, um mercado aberto e em plena atividade, várias curiosidades e uma multidão barulhenta e tumultuosa tomam a cena; podemos ouvir os sinos de uma igreja próxima mesclando-se com os sons de uma antiga caixa de música. Na segunda 'cena', nos defrontamos com uma apresentação multimídia de alta tecnologia que acontece em uma enorme e transitória tenda. Aqui, entre os vários terminais de computadores, essa atmosfera altamente organizada provê uma outra forma de entretenimento, uma 'diversão intelectual' para especialistas e 'leigos interessados', ao som de música produzida por computador.
A mídia - nas formas impressa, eletrônica e digital - continua tendo uma influência expressiva na produção de arte contemporânea e vice-versa. O desenvolvimento explosivo da alta tecnologia na cultura global também afetou em alto grau a prática e o conteúdo artísticos, especialmente na última década. Em Common Name, o artista demonstra que a forma de expressão 'sofisticada' exibida no show multimídia é simplesmente, em última análise, uma forma de entretenimento tanto quanto o é o da feira de província. A função básica de ambos os eventos é o entretenimento instantâneo, relaxamento e diversão do espectador. O conteúdo criativo - a substância artística da obra de arte - foi sacrificado em nome do efeito imediato. Optando por não continuar por esta via de análise, o artista pretende ilustrar as inesperadas e variadas formas de repetição do caráter estático da natureza humana e a constituição imutável do 'mundo'.
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| Csaba Nemes nasceu em Kisvárda, Hungria, em 1966. Em 1989, formou-se em pintura pela Academia de Belas-Artes de Budapeste. Vive e trabalha em Budapeste, onde expõe com o nome de Zsolt Veress, desde 1995.
Exposições individuais
1996 Gallery By Night, Stúdió Galéria, Budapeste, Hungria. 1995 Drawing, From a Common Memory, MU-színház, Budapeste, Hungria. 1994 Money is a Discrete Field II, Bartók 32 Galéria, Budapeste, Hungria. 1993 Money is a Discrete Field, Bartók 32 Galéria, Budapeste, Hungria;Hot Snow, Budapeste, Hungria; Milieu et L'EGO, Institut Français, Budapeste, Hungria. 1992 Film Titles, Budapeste, Hungria. 1990 Coast, Institut Français, Budapeste, Hungria. 1989 Valve, Bercsényi Klub, Budapeste, Hungria.
Exposições coletivas
1996 Slovenija Open to the Art, Galerija Kulturni Center Ivana Napotnika, Velenje, Eslovênia; The Least, Ernst Múzeum, Budapeste, Hungria. 1995 Kulturabkommen/Cultural Agreement, PBK, Hamburgo, Alemanha; SMELL, Academy of Fine Arts, Budapeste, Hungria. 1994 Epigon, PBK, Hamburgo, Alemanha; übergänge, Museum Moderner Kunst, Passau, Alemanha; übergänge, Galeria Medium, Bratislava, Eslováquia; übergänge, Budapest Galéria Lajos utcai Kiállítóterme, Budapeste, Hungria; SOUND, Hungarian Academy of Fine Arts, Budapeste, Hungria; V=A·_, SCCA-Annual Exhibition, Csók Itsván Kóptár, Székesfehérvár, Hungria. 1993 Pattern, Féskek Galéria, Budapeste, Hungria; Polyphony, SCCA-Annual Exhibition, Budapeste, Hungria. 1992 Knoll Galéria, Budapeste, Hungria; Spectrum, Tüzoltó utca 72 Galéria, Budapeste, Hungria; Four, Kunstverein, Horn, Áustria. 1991 Kunst, Europa, Gesellschaft für Aktuelle Kunst, Bremen, Alemanha; Oscillation, Siesta Basta, Komarno, Eslováquia; Mücsarnok, Budapeste, Hungria; 26 Internationale Malerwochen in der Stelermark, Graz, Áustria; SVB VOCE, SCCA-Annual Exhibition, Mücsarnok, Budapeste, Hungria. 1990 Inspiration, Sommeratelier: Junge Kunst in Europa, Hannover, Alemanha. 1989 Liberté-Egalité-Fraternité, Academy of Applied Arts, Budapeste, Hungria.
Videografia
1994 Continous Castle,VHS/20min 1992 Sunday Table, U-Matic/8min 1991 The Bachelor's Umbrella, U-Matic/10min 1988 SzuperizmoMerevizmo, VHS/9min; Storm, VHS/3min 1987 Khefren Code, VHS/10min; Altar, VHS/10min 1986 In Memory of the Challenger Program, VHS/2min; Duel, VHS/1min; Cherchez La Femme, VHS/2min
Filmes 1995 Design, 16mm/10min 1987 Whirlpool, S8/4min
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