| Por Minna T�rm�
Documentos da natureza
Na arte ocidental, as paisagens t�m sido representadas na forma de imagens, em vez de esculturas tridimensionais. Os jardins podem ser vistos como pe�as de arte tridimensionais, embora tradicionalmente este ponto de vista n�o tenha prevalecido. Os jardins t�m sido considerados um dom�nio da arquitetura. Por outro lado, os chineses e os japoneses t�m uma longa tradi��o, que remonta a mais de um mil�nio, na cria��o de jardins-tabuleiros ou bonsais tridimensionais. Fazer algo pequeno � fazer algo mais compreens�vel, � revelar os processos essenciais da natureza. Em Nature Documents uma s�rie de instala��es exibidas por Pekka Nevalainen, a partir de 1993, ambas as tradi��es - pintura de paisagens e cultivo de bonsais - se cruzam e tomam a forma de instala��o.
Os materiais art�sticos tradicionais cont�m em si o aspecto da eternidade; os objetos de arte s�o feitos para durar para sempre. Nesses trabalhos, a �nfase est� na transitoriedade, no 'tempo natural'. Alguns desses materiais est�o vivos. A pilha de terra muda sua forma ou um grupo de borboletas emerge de seus casulos escondidos no tronco de uma �rvore. A imagem no v�deo inclu�do nestas Nature Documents exibe movimento/a��o numa velocidade e tempo apenas percept�veis.
O aparecimento de elementos da natureza - pilhas de terra, pedras, troncos de �rvore - em museus, em espa�os dedicados � alta cultura, inevitavelmente referem-se � nossa rela��o com a natureza. Esta rela��o inverte a no��o de nossa aliena��o da natureza.
A paisagem como id�ia ou como conceito sempre carrega em seu interior um grau de artificialidade, da loucura do homem. A emers�o da paisagem � s� um marco na hist�ria da aliena��o da natureza. O dom�nio do processo da pintura criou uma situa��o em que a paisagem � vista a partir do exterior (como se observada atrav�s de uma moldura), e o que � visto e representado � tamb�m glorificado ou, mais precisamente, a escolha dos panoramas a serem apresentados � tal que permite sublima��o. Examinada por meio desta tradi��o dominante, com a refer�ncia adicional dos elementos fict�cios usados em alguns document�rios sobre a natureza exibidos pela televis�o, esta s�rie Nature Documents de Pekka Nevalainen questiona a imagem predominante do que a natureza � em seu estado puro. N�s, seres humanos, somos tamb�m parte integrante da natureza e assim, igualmente, o s�o todas as nossas cria��es.
A aliena��o n�o � necessariamente uma marca negativa de degenera��o ou produto da urbaniza��o. Pode, atualmente, ser essencial para a nossa sobreviv�ncia: a estrutura da consci�ncia humana tem de enfrentar a necessidade de abarcar seq��ncias temporais mais longas a fim de, por exemplo, criar uma fam�lia.
A contradi��o trazida � luz por este trabalho torna-se expl�cita se levarmos em conta o m�todo de trabalho de Pekka Nevalainen, que pode ser comparado � execu��o de um ritual. Dessa maneira, ele trabalha para superar o mito da morte, o temor que a natureza possa ser extinta. Ao que parece, n�o estamos, apesar de o desejarmos, certos de que o sol nascer� ou de que a primavera vir�, e isto certamente tem de ser, de alguma forma, recuperado a cada dia. Podemos aceitar pela raz�o a aliena��o como um fato natural, ainda que emocionalmente traum�tico.
As pe�as Nature Documents nasceram da reflex�o sobre estas quest�es. Os trabalhos, apesar disso, n�o s�o muito informativos, no sentido de que n�o nos revelam explicitamente quais respostas o artista encontrou. Elementos de nostalgia est�o presentes aqui e podem tocar um acorde familiar em nossas mentes. Na simplicidade de seus elementos essas instala��es criam, preferivelmente, espa�os para as reflex�es do pr�prio observador. Nestes espa�os, o observador pode contemplar o car�ter de sua pr�pria aliena��o.
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| Nasceu em Tyrvaa, Finl�ndia, em 1951. Vive e trabalha em Kisko, Finl�ndia.
Exposi��es individuais
1995 Museum of Contemporary Art, Helsinque, Finl�ndia; The Art Academy, Estocolmo, Su�cia. 1994 Galerie Artek, Helsinque, Finl�ndia. 1992 Galerie Artek, Helsinque, Finl�ndia. 1991 Galleria Pieni Agora, Helsinque, Finl�ndia; Gallery of The Kotka Artist's Association, Kotka, Finl�ndia. 1989 Kluuvin Galleria, Helsinque, Finl�ndia. 1986 Oulu Art Museum, Oulu, Finl�ndia. 1985 Finnish Painter's Society, Helsinque, Finl�ndia; Book Cafe, The New Studenthouse, Helsinque, Finl�ndia; 1984 Kluuvin Galleria, Helsinque, Finl�ndia. 1981/1982 The Old Studenthouse, Helsinque, Finl�ndia. 1976 The Cheap Thrills Gallery, Helsinque, Finl�ndia.
Exposi��es coletivas
1996 Taidetta, exposi��o itinerante na, Su�cia; Offside, Bergen, Noruega. 1995 Tapko, Overgarden, Copenhague, Dinamarca. 1994 Art by Air Freight - Contemporary Art from Finland, Museu de Arte Contempor�nea, S�o Paulo, Brasil; Mets�, Sara Hilden Art Museum, Tampere, Finl�ndia; Air, Earth, Water,The Azabu Museum of Arts and Crafts, T�quio, Jap�o; Ten makes ten, Galleri Ahnlund, Umea, Su�cia. 1993 Transit, National Museum of Finland, Helsinque, Finl�ndia. 1992 Documenta IX, Kassel, Alemanha; Ute - inne, Vasaparken, Estocolmo, Su�cia; Rakkautta Raunioilla, Museum of Contemporary Art, Tampere, Finl�ndia. 1991 Free Zone, exposi��o itinerante em dois locais: Helsinque, Finl�ndia; M�csarnok, Budapeste, Hungria. 1990 New Nordic Art, The Artist's Central Exhibition Hall, Moscou, R�ssia; Distances, Biennale Balticum, Rauma Art Museum; Nach den Regeln der Kunst, Contemporary Finnish Sculpture, Karmelitenkloster, Frankfurt, Alemanha. 1989 Borealis IV, Louisiana Museum, Humlebaek, Dinamarca; 125th Anniversary Exhibitions of the Artists' Associations of Finland, The Ateneum and Kluuvin Galleria, Helsinque, Finl�ndia. 1988 L'Esprit Finlandais, Centre de Cr�ation Contemporaine, Tours, Fran�a. 1987 Streif, Kunshallen, Odense, Dinamarca; Suomenlinna, Finl�ndia. 1986 Attityder, Nordjyllands Kunstmuseum, Dinamarca; S�dert�lje Konsthall, Su�cia; Kjarvalsstadir, Isl�ndia; Concrete, Art in the Streets, Helsinque, Finl�ndia. 1985 Saarivala Environmetal Art Project, Bockholm, Finl�ndia. 1984 Flyvende Beton, Copenhague, Dinamarca; Utopiary, Munchenbryggeriet, Estocolmo, Su�cia. 1983 AKT 83, The Ateneum, Helsinque, Finl�ndia; Utopiary, Galleria Katariina, Helsinque, Finl�ndia; Siirrett�v� Tuonela, The City Art Museum of Helsinki, Finl�ndia; Finsk kunst na, Kunstsenter Henie-Onstad, Noruega. 1982 Nordic Environmetal Art Symposium, Lehtim�ki, Finl�ndia. 1981/1983 �-group Exhibitions, The Old Studenthouse, Helsinque, Finl�ndia; Kotka library, Kotka, Finl�ndia; Jyv�skyl� Talvi, Jyv�skyl�, Finl�ndia. 1977 Elonkorjaajat & Record Singers, Moderna Museet, Estocolmo, Su�cia. 1975 The Artists' Association's Annual Exhibition, The Art Hall, Helsinque, Finl�ndia. 1974 Young Artists' Exhibition, The Art Hall, Helsinque, Finl�ndia.
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