| Por Tsumotu Mizusawa
Jheon, artista selecionado para apresentar seu trabalho no pavilhão da Coréia na Biennale di Venezia de 1994, tem produzido entusiasticamente seus trabalho em Seul, Tóquio e Nova York. No Japão, quando estudava na Musashino Art University e na Wako University, não produziu apenas obras pictóricas, mas também teve experiências em performances nas ruas e em instalações de multimídia, que continua desenvolvendo em Nova York. Embora as pinturas realizadas na década de 80 demonstrem forte influência do neo-expressionismo contemporâneo, as sombras da multidão sem destino já mostram uma característica peculiar de Jheon. Na década de 90, ele estabeleceu um estilo exclusivo de colocar anéis de aço quebrados em uma superfície envernizada e pintar algumas figuras muito simples e numerosos rostos ou pegadas em toda a superfície. Como indica a palavra 'planeta', que aparece na maior parte dos títulos, os anéis de aço são apenas a órbita do planeta à qual se acrescenta uma outra camada ilustrando as contradições terrestres. É muito simbólico o fato de o anel estar quebrado e incompleto. O artista não pretende achar um símbolo de perfeição que deve ser colocado em contraposição à atividade humana. Talvez devêssemos dizer que o artista considera tudo de forma relativa. No entanto, isso não tem nenhuma relação com um relativismo otimista onde tudo é permitido. Em vez de aumentar a tensão discordante das disputas políticas, dos conflitos etnológicos, da discriminação racial e dos jogos de poder entre as grandes potências, através do seu protesto, Jheon tenta diminuir essa tensão, o que é - sem dúvida - algo de um relativismo difícil.
Falando especificamente, as séries de pinturas Planet eram sugestivas por se tratarem de pinturas em relevo. Nos últimos anos, Jheon estendeu esse conceito e realizou instalações em escala cada vez maior. Por exemplo: Planets: Face of God, Face of Man, realizada em 1994 e que consiste em uma caixa luminosa com a imagem de um torso de uma escultura grega e em uma menor mostrando a cabeça e as pernas da mesma figura. A primeira foi colocada na vertical e a segunda horizontalmente, no chão. O arranjo total é irregular e sugere o caos. Há uma dúvida sobre a permanência e a universalidade dos 'clássicos' gregos. Tudo está em pedaços e 'perambulando' como um planeta. (Há uma nota explicativa em hankul e em inglês na caixa colocada no chão.) Trata-se literalmente de um 'planeta'. Não há outra opção a não ser seguir a órbita. Então, podemos nos perguntar se existe a contraposição do tempo perpétuo. No entanto, para a profunda relatividade desse artista, até isso parece obscuro.
Em Tou - o fiel trabalho narrativo exposto na Biennale di Venezia - há inúmeras figuras de argila do período Silla colocadas sobre uma superfície de vidro que cobre os restos de um equipamento de alta tecnologia. Não se trata de uma obsessão psicológica, mas é algo que nos ajuda a entender claramente o caos, onde não adianta colocar frente a frente fatores como antigüidade ou modernidade, Oriente ou Ocidente, natureza ou o ser humano. Aqui, até o tempo e o espaço - que deveriam estabelecer coordenadas - parecem ter perdido a regularidade. Para essa ocasião, Jheon está preparando uma instalação composta de casulos despedaçados e de néons. Seu profundo relativismo, que poderia ser descrito como violento, deve certamente emergir cortando o toque de orientalismo relacionado com a 'seda', que não pode deixar de ser lembrada pelos casulos.
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| Nasceu na Coréia em 1947. Graduado em pintura a óleo pelo Mussashino Art College, em Tóquio, Japão. Obteve seu BA e MA pela Wako University, Tóquio, Japão. Obteve seu MFA pelo Pratt Institute de Nova York.
Exposições individuais
1995 Biennale di Venezia, Itália; Artist of the Year, National Museum of Contemporary Art, Seul, Coréia do Sul; Gallery Ism, Seul, Coréia do Sul. 1994 Gana Art Gallery, Seul, Coréia do Sul. 1993 The Taejon Int´1 Exposition Commission Work; Taejon, Coréia do Sul; Space of Flight - Expo´ Symbol Sculpture, Taejon, Coréia do Sul; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1992 Gana Art Gallery, Seul, Coréia do Sul; Muramatsu Gallery, Tóquio, Japão; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1991 Andrew Shire Gallery, Los Angeles, Califórnia; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1990 White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1989 Soocheon Jheon´s Drawing Event on the Han River, por ocasião do 1o aniversário dos Jogos Olímpicos de Seul, Coréia do Sul; National Museum of Contemporary Art, Seul, Coréia do Sul; Gana Art Gallery, Seul, Coréia do Sul; White Art Gallery, Tóquio, Japão; Su-Youn Yi Gallery, Nova York, Estados Unidos. 1988 22 Wooster Gallery, Nova York, Estados Unidos; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1987 22 Wooster Gallery, Nova York, Estados Unidos; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1986 Higgins Hall Gallery, Nova York, Estados Unidos. 1985 White Art Gallery, Tóquio, Japão; instalação, Pratt Institute Outdoor, Nova York, Estados Unidos; Area Deux Gallery, Fukuoka, Japão. 1984 Persue Time, Battery Park Installation & Performance, Nova York, Estados Unidos. 1983 White Art Gallery, Tóquio, Japão; Space WA Gallery, Nova York, Estados Unidos; Gallery Q., Tóquio, Japão; Gallery Zero, Tóquio, Japão. 1981 Kinokuniya Gallery, Tóquio, Japão. 1976 Chool-Pan Munwha Gallery, Seul, Coréia do Sul.
Exposições coletivas
1996 96 Scene of Korean Art, Art Center, Seul, Coréia do Sul; Hillwood Art Museum, Nova York, Estados Unidos. 1995 Art Center, Seul, Coréia do Sul; Rebellion of Space, Korean Avant-Guarde Art Since 1967-1995, Coréia do Sul; Metropolitan Museum of Contemporary Art, Seul, Coréia do Sul; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1992 National Museum of Modern Art, Tóquio, Japão; National Museum of Art, Osaka, Japão; Hankuk Museum, Seul, Coréia do Sul; NICAF Art Fair, Yokohama, Japão. 1991 Korean Artists Living in USA Exhibition, National Museum of Art Mexico City; Kumho Museum of Art, Seul, Coréia do Sul; 5 Perspectives, Gallery Korea, Nova York, Estados Unidos. 1987 Budapest International Exhibition, Hungria; Korean Contemporary Artists Exhibition, Kyoto, Japão; 5 Koreans Living in New York Exhibition, Gana Art Gallery, Seul, Coréia do Sul. 1986 Gallery Artists Selection, White Art Gallery, Tóquio, Japão; International Art Impact Art Festival, Kyoto Municipal Museum of Art, Kyoto, Japão; Latitude of Time, City Gallery, Nova York, Estados Unidos. 1985 American, Korean, Japanese 6 Artists Gallery Korea, Nova York, Estados Unidos; White Art Gallery, Tóquio, Japão. 1984 Korean and Japanese Artists Exhibition, Kinokuniya Gallery, Tóquio, Japão. 1983 Gallery Tamaya, Tóquio, Japão; New York City Art Festival, Estados Unidos.
Coleções
National Museum of Contemporary Art, Seul, Coréia do Sul; National Museum of Modern Art, Tóquio, Japão; Ho-Am Art Museum, Seul, Coréia do Sul; Sonja Museum of Contemporary Art, Kyung-Ju, Coréia do Sul; Kum-Ho Museum of Art, Seul, Coréia do Sul; Aoki Collection, Yokohama, Japão; Korea Mobile Telecom, Seul, Coréia do Sul; Iishin Art Foundation, Seul, Coréia do Sul; Han-Lim Cultural Center, Cheju, Coréia do Sul; Ganazawa Collection, Tóquio, Japão; The School of Nippon Design Art, Tóquio, Japão; Iwataya Department Store, Fukuoka, Japão; Deutsche AG Bank of Tokyo Branch, Tóquio, Japão; Samsung Electronics Co. LTD, Puchon, Coréia do Sul; The Sung-Gok Museum, Seul, Coréia do Sul; Sung-Shil University, Seul, Coréia do Sul; The Han-Sol Art Collection, Seul, Coréia do Sul.
Prêmios
1995 Dshin Prize for Art, Seul, Coréia do Sul; Menzione d´onore, Biennale di Venezia, Itália; National Order of Culture Silver Merit, Seul, Coréia do Sul.
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