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If Music Be the Food of Love, Play On
1994. Pigmentos, folha de ouro, casca de ovos, 98X137 cm





Subtle Beauty
1993. Pigmento, casca de ovo, 82X102 cm



 


 


Tran Tho

Por Carlos Alberto Pereira

A 23� Bienal Internacional de S�o Paulo mostrar� em outubro os trabalhos de Tran Tho, o estupendo mestre da pintura do Vietn�, o que dar� aos brasileiros de menos de 35 anos de idade a oportunidade de conhecer melhor sua obra de qualidade �mpar. Desde 1976, Tho s� tem se apresentado nos Estados Unidos e na Europa, que dividiram com o Brasil sua perman�ncia laboriosa e a brilhante produ��o art�stica.

Sua refinada obra est� representada em importantes cole��es que buscam o testemunho da arte contempor�nea do Vietn�, com a harmoniosa alian�a da arte antiga, de dois mil�nios, produzindo uma das mais lindas express�es pl�sticas que se conhece. Da t�cnica milenar refletiu os esfor�os para uma s�ntese entre a pintura do Ocidente, da qual utilizou a forma, e a do Oriente, de cujo conte�do se serviu. Catalisou tradi��o e arte moderna, impondo-se uma disciplina severa, sem possibilidade de manifesta��o med�ocre.

Desta obra admir�vel, tranq�ila, porque instalada sobre s�lidos alicerces, o artista desabrocha e desenvolve uma arte livre que incorpora � perfei��o o requinte do gosto do Extremo Oriente. O pintor exprime sua vis�o �ntima como mensagem, conseguindo magn�ficas express�es de cores que guardam todavia o t�nue v�u de inef�vel mist�rio.

A arte do Vietn� � mais bem entendida pelo balan�o entre o avan�o da forma mais representativa da pintura moderna com a sensibilidade da t�cnica milenar. Inova��o e experimento foram cuidadosamente avaliados e explorados dando lugar a um pendor para a abstra��o numa variedade de estilos: caligrafismo, tachismo t�m seu pr�prio caminho com o pincel resultando delicadas camadas numa textura intrincada que evoluiu dos v�rios tons de cinza e negro para cores nas quais as concep��es espiritual e art�stica tiveram uma influ�ncia decisiva nas pinturas, refletindo ent�o muitos aspectos de 'uma pura arte vietnamita'. Ultrapassaram a magnitude essencialmente decorativa, puderam atingir um novo idioma para um old medium pelo uso novo de estilo vivo e cores poderosas, usando materiais incomuns, em mistura de pigmentos, como cola, laca, madeira, eggshells, metais nobres, minerais, tudo dando �s pinturas mais cor, vigor, caracter�stica, um cachet diferenciado, uma vis�o forte e um pensamento sensual.

A partir de cores simples, que podem ser preservadas por longo tempo, Tho tem a sensibilidade e a vibra��o de um excelente colorista, capaz de formar um sistema de cores em v�rios n�veis, mantendo-o claro e v�vido pelo blend de leves e diminutos toques de cores, aplicadas em v�rias dire��es do pincel que por introvers�o redundam numa virtuosidade de delicadeza extraordin�ria, cores ricas e muitas sombras dentro e acima umas das outras, trazendo a claridade e a transpar�ncia em ritmos integrados de expressividade.

O conv�vio com as pinturas de Tran Tho proporciona inigual�vel gratifica��o est�tica e espiritual, de permanente descoberta, refletindo, com a eleg�ncia e a sofisticada finesse de suas transpar�ncias e penumbras, o verdadeiro espelho d'�gua de Narciso, que do belo de sua arte e paz interior nos tornam observadores privilegiados das imagens de sua terra e sua gente, suas crian�as, suas vilas, camponeses laboriosos e a sempre bela e tranq�ila mulher, m�e, p�tria, paix�o.



Cronologia


Nasceu em Saigon em 1922, estudou na Ecole des Beaux-Arts, tendo se estabelecido em Paris em 1947 e sido reputado como artista exponencial da arte vietnamita, que representou com grande sucesso na Biennale di Venezia de 1954 e de 1956. Participou e recebeu pr�mios nas Bienais de S�o Paulo, entre 1955 e 1965, quando passou a dividir domic�lio e est�dio em Nova York, S�o Paulo e Roma.


Exposi��es individuais

1981
Mishkenot Sha'ananim, Jerusal�m, Israel; Galeria Documenta, S�o Paulo, Brasil.
1979
Galeria Documenta, S�o Paulo, Brasil; Pleiades Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1978
Galeria Documenta, S�o Paulo, Brasil.
1976
Yath Club, Rio de Janeiro, Brasil; Pleiades Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1975
Chelsea Galerias, S�o Paulo, Brasil.
1974
The Interchurch Center, Nova York, Estados Unidos; Pleiades Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1972
The Cubiculo, Nova York, Estados Unidos; The New York Shakespeare Theater, Nova York, Estados Unidos.
1970
New School for Social Research, Nova York, Estados Unidos; Graduate Center Mall, Nova York, Estados Unidos.
1969
Chelsea Galerias, S�o Paulo, Brasil.
1967
Chelsea Galerias, S�o Paulo, Brasil.
1965
Chelsea Galerias, S�o Paulo, Brasil.
1963
Galeria Bonino, Rio de Janeiro, Brasil.
1954
Palazzo C� Giustianian, Veneza, It�lia.
1953
Museu de Arte e Hist�ria, Genebra, Su��a.


Pr�mios

1970 Graduate Center Mall of Cuny, mostra individual, Nova York, Estados Unidos.
1967
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1965
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1963
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1961
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1959
Pr�mio Garzanti, contribui��o art�stica para a Cidade do Vaticano, Roma, It�lia; Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1957
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1956
Bienalle di Venezia, men��o honrosa, It�lia.
1955
Bienal de S�o Paulo, men��o honrosa, Brasil.
1954
1� pr�mio outorgado pelo presidente da It�lia, Luigi Einaudi pela obra que se acha no Palazzo Quirinale, Mil�o, It�lia; Bienalle di Venizia, men��o honrosa, It�lia.
1950
Propagande Fide, contribui��o art�stica para a Cidade do Vaticano Vatican City, Roma, It�lia.
Legi�o de Honra, outorgada pelo rei do Camboja, Phnon-Penh, Camboja.
Soci�taire du Salon d'Hiver e membro do j�ri, Paris, Fran�a.


Cole��es

Iate Clube da Urca, Rio de Janeiro, Brasil;
Banco Nacional, S�o Paulo, Brasil;
Banco de Boston, S�o Paulo, Brasil;
Galeria Documenta, S�o Paulo, Brasil.