| O trabalho de Gerardo Suter tem uma importância relevante não somente no campo da arte, mas também no da tecnologia. Em suas primeiras obras, observa-se o uso de técnicas fotográficas com uma finalidade expressiva, que não somente considera a capacidade do meio para refletir a realidade colhida no espaço e no tempo, mas também as propriedades essenciais do meio. Assim, modificando com a luz a estabilidade dos cristais de prata, manipulando-os a seu gosto, ele consegue uma grande diversidade de qualidades plásticas.
Gerardo Suter explorou os limites da fotografia. Inconformado com os alcances do meio - e as idéias comuns sobre a fotografia como meio de representação -, tornou-se um dos primeiros autores de imagens que, no México, tentaram forçar o sentido da exatidão da imagem fotográfica. Manipulando negativos e ampliações, 'envelhecendo-os' artificialmente, desenvolveu uma obra inaugural, que interpretava a história da fotografia no México, em particular a fotografia das ruínas arqueológicas, veículo de uma imagem específica do país. Lentamente, isso o levou a alterar não somente o suporte da imagem, a ampliação e/ou o negativo, mas também a construir deliberadamente 'espaços fotográficos'.
O artista reconstrói na galeria ou no museu as instalações de seu estúdio. Apresenta essas instalações como esculturas transliteradas. A fina silhueta de aço polido de De Fuego la Tierra, por exemplo, transfigura a forma aguçada das pencas de agave, que ele havia explorado anteriormente em uma série de 'esboços fotográficos' em polaróide e em preto-e-branco. A escultura retoma, mas sintetiza os ritmos inspirados (vale recordar, na repetitiva música dos frisos pré-hispânicos): algo que a fotografia demasiadamente apegada ao real jamais conseguiria. A obra de Suter amolda-se ao espaço em que se apresenta, seja numa galeria, seja em uma página da Internet. Isto reflete um trabalho minucioso de considerações expressivas, de desenho e de concepção, no qual pode-se suspeitar que o circundante é parte da obra.
Gerardo Suter explora diversos suportes, desde fotografia até instalações e esculturas, e, em seus trabalhos mais recentes, instalações com projeções de imagens diretamente sobre muros, que conferem à imagem original sua própria textura (Geografía de la Memoria, 1996) ou, mais recentemente ainda, o uso racional da tela do computador, frágil, quase impalpável suporte de imagens criadas para serem somente cibernéticas. A integração da tecnologia eletrônica à sua produção foi muito coerente com seu progresso expressivo: explorou as possibilidades oferecidas pela produção gráfica eletrônica, as sutis manipulações e as surpreendentes potencialidades de impressão, bem como o fato de as imagens ganharem movimento e explicarem com isso sua procedência de outras técnicas, como o vídeo e a multimídia.
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| Nasceu em Buenos Aires em 1957. Atualmente vive em Cuernavaca, no México.
Exposições individuais
1996 Center for the Fine Arts, Miami, Estados Unidos; Purse Building Studios, Houston, Estados Unidos. 1995 Museo de Monterrey, México; Centro de la Imagen, Cidade do México, México. 1994 Galería OMR, Cidade do México, México. 1993 Instituto Cultural Cabañas, Guadalajara, México; Galeria Teatro Circo, Braga, Portugal. 1991 Galería Arte Contemporáneo, Cidade do México, México. 1990 Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, Brasil; La FotoGaleria, Buenos Aires, Argentina. 1989 Galería Arte Contemporáneo, Cidade do México, México. 1988 Fotogalería Kahlo-Coronel, Cidade do México, México. 1987 Fotogalería Kahlo-Coronel, Cidade do México, México. 1986 Centro Cultural Tijuana, México; Immagine Fotografica, Milão, Itália. 1985 Consejo Mexicano de Fotografía, Inba, Cidade do México, México. 1984 Galería Altenativa, Cidade do México, México; Galleria Fotografia Oltre, Chiasso, Suíça. 1983 Galería Los Talleres, Cidade do México, México. 1982 Galería José Clemente Orozco, Inba, Cidade do México, México. 1981 Escuela de Diseño del Inba, Cidade do México, México. 1979 Casa del Lago, Unam, Cidade do México, México.
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