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Pirâmide: O Combate 2
Por Ileana Alvarado Venegas
"A obsessão de se aproximar dos astros e dos planetas fez o homem moderno se afastar da Terra querendo alcançar o invisível... Talvez seja essa a razão por que as pirâmides sejam a mais antiga representação do poder." Juan Luis Rodríguez
As crenças, os sonhos, as ilusões e as esperanças dos seres humanos são semelhantes a seu criador sempre que ele os materialize como presenças efêmeras ou permanentes que perpetuem a imagem do conceito ou da realidade visual.
Dentro dessa preocupação permanente de objetivar o subjetivo humano, alguns artistas utilizam os materiais de forma racional - sem deixar de lado a emotividade - para que a própria matéria se conforme em parte integral, não apenas física, mas também conceitual. O trabalho de Juan Luis Rodríguez Sibaja é um exemplo claro dessa necessidade de a matéria comunicar sua própria linguagem por meio da criação artística.
Construções pictóricas realizadas com pedras moídas em conjunto com cores e pigmentos pulverizados, esculturas efêmeras feitas com materiais tais como gelo, pedaços de tela e outros diferentes, incisões rasgadas em suas obras elaboradas com diferentes técnicas de gravura em metal e uma posição teórica conseqüente que se manifesta em sua atividade educativa e em diversas obras escritas são alguns dos elementos determinantes do pioneirismo do trabalho criativo de Rodríguez, no seu país, Costa Rica.
La Pirámide Combate Nº 2 está irremediavelmente ligada El Combate, obra apresentada pelo artista na VI Bienalle Internationale de Paris, em 1969, quando foi um dos representantes da França na qualidade de artista estrangeiro. Um ringue de boxe de 2 x 2 metros, verdadeira 'imagem do poder', era o cenário onde eram desenvolvidos três atos no tempo: o primeiro deles era formado por uma interrogação em gelo tingido de vermelho vivo, que, ao se desmanchar, deixava uma marca sanguinolenta sobre a qual descansavam, no segundo ato, duas cadeiras de tamanhos diferentes feitas em gelo da mesma cor, e de cuja luta simbólica só restavam a ampliação da mancha vermelha do chão. A última cena é a coroação do vencedor, uma cadeira de madeira manchada de vermelho, cujo espaldar repete a forma de poderosas luvas de boxe, que admiram, de cima, o resultado de sua vitória. As cenas vão se desenvolvendo ao som de trombetas, trens, aviões e de uma entrevista realizada pelo artista com dois boxeadores franceses já aposentados.
La Pirámide parte do conceito geral apresentado no Combate: 'o uso e o abuso do poder'. Desta vez, a luta do homem contra o homem é estabelecida por meio de uma das representações formais e conceituais mais conhecidas do poder que é também uma das formas que levantou e ainda levanta mais interrogações. La Pirámide é de cor vermelho-vivo, feita de gelo que, segundo declaração de Rodríguez, é um material formado por uma das matérias efemeramente indestrutíveis: a água. Em seu topo levanta-se uma interrogação que reforça a idéia de mistério e de dificuldade de acesso desta antiga e significativa forma geométrica.
O som de diferentes elementos da natureza é, ao mesmo tempo, parte e contraparte, pois estabelece uma tensão permanente nesta luta incansável do homem contra o homem para obter o poder e que também é causada por sua necessidade de estabelecer um contato harmonioso com a natureza para garantir a sobrevivência.
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| Nasceu em San José, na Costa Rica, em 1934. Em 1957, realizou a primeira exposição individual no Centro Cultural Costarriquenho Norte-Americano, em San José. Em 1960, com uma bolsa concedida pelo governo francês, viajou para Paris para estudar gravura em metal na Escola Nacional Superior de Belas-Artes de Paris. A partir de 1961, continuou seus estudos na Holanda e passou a realizar exposições recebendo diversos prêmios.
Exposições individuais
1995 El Combate, Salas de Exposiciones Temporales de los Museos del Banco Central de San José, Costa Rica. 1976 Instituto Nacional de Seguros, San José, Costa Rica. 1974 Retrospectiva de 10 años de su trabajo, Museo Nacional en San José, Costa Rica. 1967 Hospital Belle-Isle, Metz, França. 1964 Galería Horn, Luxemburgo; Galería Club Ibero-Americano, Bonn, Alemanha.
Exposições coletivas
1995 Semana de la Cultura Centroamericana en Europa, Museos del Banco Central, San José, Costa Rica; Semana de la Cultura Centroamericana en Europa, Bruxelas, Bélgica. 1994 Primera Bienal de Grabado Europeo, Espacio Cultural de Lorient, Bretanha, França. 1992 X Bienal de Gravura, Museu de Gravura, Curitiba, Brasil; Juan Luis Rodríguez, Museo de Arte Costarricense, San José, Costa Rica; Kunst aus Costa Rica, Sprengel Museum, exposição itinerante, Hannover, Alemanha. 1990 Grafix Aus Costa Rica, IFA Galerie, Institut für Auslandsbeziehungen, Bonn, Alemanha. 1984 I Bienal de La Habana, Havana, Cuba. 1979 IV Bienal del Grabado Latinoamericano, Instituto de Cultura Puertorriqueño, Escuela de Artes Plásticas de la Facultad de Bellas Artes, Universidad de Costa Rica, San José, Costa Rica. 1973 Bienal Internacional de São Paulo, Brasil. 1972 XIII Salon de Grands et Jeunes d'Aujourd'hui, Gran Palais des Champs-Élysées, Paris, França. 1970 26ème Salon de Mai, Centre Culturel de Saint-Germain-en-Lay, França; 8ème Biennale de Menton, França. 1969 El Combate, IX Biennale de Paris, França. 1967 Dix Ans de Création dans les Lettres et les Arts, Palais de la Radio et de la Télévisión, Paris, França; 3ème Salon d'Art Graphique, Union des Artistes d'Ivry, Parc de la Mairie d'Ivry, França.
Prêmios
1994 Premio Unico del Salón de los Maestros, VI Bienal L&S de Pintura Costarricense, Costa Rica. 1975 Prêmio Aquileo J. Echeverría, duas distinções; Premio Ancora de Oro, La Nación. 1973 I Salón Anual de Artes Plásticas, medalha de ouro, Museo Nacional de Costa Rica.
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