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O Grito
1893. Têmpera s/ prancha, 83,5x66 cm. Munch-museet, Oslo



Edvard Munch: Um Existencialista Norueguês na Arte Expressionista

Por Gerwald Sonnberger

Quando jovem, Edvard Munch formulou um tipo de manifesto, um lema para ele mesmo e seus jovens companheiros de pintura em Christiania se reunirem ao redor de:

"Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma arte que dê algo à humanidade, ou ao menos assentar suas fundações. Uma arte que atraia a atenção e absorva. Uma arte criada no âmago do coração."

Munch, no entanto, foi o único artista norueguês da sua geração a seguir esse caminho. Manteve-se um individualista declarado, que se via como um elo de uma corrente de artistas como Michelangelo, Rembrandt, Manet, Van Gogh e Gauguin cujos profundos compromissos pessoais e intelectuais enfatizavam o aspecto humano de sua arte. Uma passagem freqüentemente citada de seu diário é característica: "Não devemos pintar interiores com pessoas lendo e mulheres tricotando; devemos pintar pessoas que vivem, respiram, sentem, sofrem e amam".

Embora não estivesse se esforçando sozinho por alicerces pessoais para sua arte, nenhum outro pintor desenvolveu um simbolismo 'particular' tão distinto, forjado em suas próprias experiências traumáticas. A análise desapaixonada de seus pensamentos e temores mais íntimos necessitavam de "uma arte que é o resultado de uma necessidade compulsiva de abrir seu próprio coração". Ele não só lutou pelo subjetivismo como tal, mas teve como objetivo estabelecer valores universais através dos individuais, pela cristalização das imagens das emoções mais profundas do homem - amor, morte e angústia, que retiveram suas propriedades primitivas evidentemente esquecidas pela civilização burguesa do seu tempo. Com referência a Gauguin, um de seus amigos em Berlim escreveu, em 1893: "(...) Ele (Munch) não precisa viajar para o Taiti para ver e vivenciar o primitivo na natureza humana. Ele carrega consigo o seu próprio Taiti ..."

Na Christiania, como Oslo era chamada até 1924, Munch inicialmente aprendeu um estilo naturalista de pintura que dependia muito do estudo da própria natureza. Na época, por falta de uma academia norueguesa de artes, a educação tradicional sobre pintura era substituída pela idéia de auto-estudo para promover a originalidade e a verdade, geralmente com um artista mais velho agindo como 'parteira'. Esse estado de coisas proporcionava algumas vantagens financeiras para artistas jovens da geração de Munch, que mal podiam arcar com as despesas de uma educação formal em academias no exterior. Embora fosse descendente direto de uma das mais tradicionais famílias da Noruega, que incluía clérigos em altas posições hierárquicas, intelectuais e artistas, o pai de Munch, um cirurgião militar promovido de tenente a capitão, tinha poucos recursos financeiros. A infância de Munch foi marcada pela depressão do pai, concentrada em assuntos religiosos, sua saúde sempre frágil e as doenças e mortes de sua mãe e sua irmã Sofia. Ele nunca conseguiu escapar completamente dessas tristes lembranças, recordações que mais tarde se tornaram importantes incentivos para uma expressão psicológica em sua arte.

Com a assistência financeira de seu rico colega mais velho e parente, Fritz Thaulow, Munch passou três semanas visitando a Exposição Mundial de Antuérpia (onde exibiu um retrato) e em Paris, na primavera de 1885. Depois dessa viagem, pintou trabalhos inspirados nas tendências mais radicais da arte parisiense, descritos pela imprensa como "o extremo do impressionismo, a imagem da arte de dentro para fora", e foi classificado como "o pintor das coisas feias". Embora fosse considerado o artista mais talentoso da sua geração, ele evidentemente se recusou a lutar pelo sucesso imediato, pois sua ambição era desenvolver o meio de pintura para compreender a comunicação existencial.

Foi nessa época que Munch começou a pintar o que se tornaria um de seus mais importantes temas, A Criança Doente. Neste retrato da lembrança da triste impressão da irmã morrendo, ele parece ter rompido as amarras do naturalismo e encontrado uma linguagem mais poderoso capaz de expressar as emoções pessoais mais fortes. Em retrospectiva, ele acreditava que essa obra de arte havia sido a semente para seus trabalhos posteriores de grande expressão sobre recordações pesarosas. Mais tarde ele iria resumir como "um quadro totalmente nervoso, cubista e sem cor", como o seu "primeiro rompimento com o impressionismo".

Em abril de 1889, Munch fez uma exposição retrospectiva de 63 quadros e um grande número de desenhos na Associação de Estudantes de Christiania. Era algo de que nunca se ouvira falar: um artista jovem e controverso fazer uma exposição sozinho. De acordo com o jornal Aftenposten, a retrospectiva "revelou muita audácia e falta de autocrítica". Entretanto, impressionado pela intensidade e profundidade do trabalho de Munch, seu professor, ou melhor 'a parteira', o pintor e também diretor da associação, Christian Krohg, escreveu uma crítica entusiástica no jornal Dagbladet:

"Ele pinta - ou melhor dizendo -, vê as coisas de uma maneira diferente em relação a outros artistas. Só vê a essência e, conseqüentemente, só pinta isso. É por esse motivo que os quadros de Munch via de regra são 'não- terminados', como as pessoas têm tanto prazer em dizer. Ah sim! Estão terminados. Terminados por suas mãos. A arte está completa quando o artista diz tudo o que realmente tem a dizer, e essa é a vantagem que Munch tem sobre várias gerações de pintores; ele tem a rara capacidade de nos mostrar como se sentiu e o que o impulsionou, fazendo com que todo o resto se torne sem importância."

A reputação de Munch como artista extraordinário e peculiar estava se expandindo. Munch recebeu o prêmio de viagem do governo norueguês que permitiu que ficasse na França por longos períodos durante os três anos seguintes, absorvendo impulsos de todas as diferentes correntes modernas desses tempos vibrantes da arte européia.

Em 1891, de férias na Noruega, no balneário costeiro de Asgardstrand, Munch pintou o que mais tarde se tornou o primeiro tema de uma série de pinturas que contemplavam o desabrochar das forças sexuais da natureza entre um homem e uma mulher, espelhando a filosofia pessimista de Schopenhauer e o medo e a angústia ligados à sexualidade na tradição religiosa protestante da Noruega.

Quando Anoitecer foi mostrado na Exposição de Outono em Christiania, foi inicialmente ignorado pela imprensa, mas comentado entre os colegas artistas como sendo extremamente provocativo pela utilização não-tradicional de diferentes técnicas - uma mescla de óleo, pastel e lápis deixando grandes áreas da tela descobertas. Entretanto, Christian Krohg escreveu que a pintura (provavelmente olhando também para uma segunda versão mais sintetizada que foi pintada simultaneamente) tinha uma "qualidade séria e severa, quase religiosa... relacionada ao simbolismo - o movimento atual da arte francesa..."

Uma figura curvada no primeiro plano baseou-se em Jappe Nilssen, de 21 anos, um aspirante a autor - amigo e parente de Munch - que, durante o verão em Asgardstrand, teve um caso apaixonado com a artista Oda Krohg, dez anos mais velha e mulher de Christian Krohg.

As anotações literárias de Munch desse período misturam observações sobre o trágico romance de seu amigo com as suas recordações reacesas do caso que tivera seis anos antes, com outra mulher casada, no mesmo local e com exatamente a mesma idade do seu 'modelo'. Essas anotações quase frenéticas recordando suas experiências eróticas cheias de angústia, bem como rascunhos literários posteriores, indicam que Munch, utilizando-se dos sentimentos de seu amigo mais jovem como ponto de partida, descobriu a possibilidade de fornecer uma imagem objetiva com recordações e reminiscências subjetivas. Munch iria repetir os temas muitas vezes nos anos subseqüentes, concentrando-os em forma e conteúdo. A vida toda iria espelhar-se nesses temas, no que chamou de 'cópias experimentais', variando o seu impacto psicológico.

Em março de 1892, Munch encontrou-se com o pintor norueguês Christian Skredsvig, em Nice. Skredsvig escreveu o seguinte sobre a visita de Munch:

"Faz algum tempo que ele quer pintar as lembranças de um pôr-do-sol. Vermelho como sangue. Não, era realmente sangue coagulado. Mas ninguém o veria do mesmo jeito. Qualquer outra pessoa iria pensar em nuvens. Falar delas fazia com que ele ficasse triste e irrequieto. Triste porque os humildes meios disponíveis para a arte nunca eram suficientes. 'Ele está lutando pelo impossível e seu próprio desespero é a sua fé', pensei, mas sugeri que ele o pintasse. E ele pintou este curioso 'grito'."

Munch se referia a esta pintura, hoje conhecida como Desespero, como "o primeiro Grito". O close-up da figura de primeiro plano de perfil, usando um chapéu mole e olhando sobre a cerca, tem a característica de um auto-retrato. Um desenho do mesmo ano ilustra como Munch imaginou a composição, estendendo as nuvens cor de sangue na tela e dando à figura de primeiro plano uma posição espacial proeminente, para transmitir a sua poderosa mensagem. O texto que acompanhava o desenho confirma que foi a mesma experiência retratada nos temas Desespero e Grito.

"Passeava pela estrada com dois amigos, olhando o pôr-do-sol, quando o céu de repente se tornou vermelho como sangue. Parei, recostei-me na cerca, extremamente cansado - sobre o fiorde preto azulado e a cidade estendiam-se sangue e línguas de fogo. Meus amigos foram andando e eu fiquei, tremendo de medo - podia sentir um grito infinito atravessando a paisagem."

Em 1892 Munch foi convidado a expor na Associação de Artistas de Berlim, onde seus quadros causaram tamanho escândalo que a exposição teve de ser fechada em uma semana. Munch se tornou o tema das conversas e a sociedade literária e artística de Berlim o acolheu socialmente. No entanto, ele gradualmente gravitava em direção ao círculo literário mais radical, centrado ao redor de August Strindberg. Embora predominantemente escandinavo, o grupo também incluía o escritor polonês Stanislaw Przybyszewski, o historiador de arte alemão Julius Meier-Graefe e o jovem autor alemão Richard Dehmel. O interesse do grupo concentrava-se no simbolismo, na filosofia de Nietzsche, e estava acima de tudo obcecado pela psicologia, eroticismo e fantasias sobre a morte, o que pode ter dado novas forças aos temas de Munch, em especial suas imagens de Amor, Angústia e Morte.

Ao trabalhar a partir de seus muitos esboços literários ele transpôs as experiências de sua infância e juventude para uma linguagem 'expressionista' condensado em que o uso da cor é simbólico e sugestivo em vez de descritivo. Também aplicou um repertório de fórmulas pictóricas, bem como uma gama de sinais e símbolos, que continuava repetindo e variando, como por exemplo, o reflexo fálico da lua no mar, o jovem homem quase estereotipado - o alter-ego do artista - e as figuras femininas contrastantes, vestidas em cores claras e escuras.

Durante os anos de 1896 a 1898, Munch voltou a viver em Paris onde se misturou com um círculo de artistas e músicos. Foi convidado a ilustrar Les Fleurs du Mal de Baudelaire, mas o projeto foi cancelado quando o editor morreu. Fez cartazes para Peer Gynt de Ibsen, para John Gabriel Borkman no Théâtre de l'Oeuvre, e expôs no Salon des Indépendants e na Bing's L'Art Nouveau Gallery. Munch era agora um artista maduro, trazendo consigo para Paris suas obras principais, mas a extensão de sua influência na arte francesa durante esse tempo é discutível.

Entretanto, os efeitos estimulantes de Paris refletem-se nas obras-primas que Munch produziu logo depois da virada do século, temas geralmente líricos e harmoniosos como o eroticismo das noites claras do verão nórdico. Até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, Munch expôs várias vezes na França, e há indícios de que seu "novo uso artístico das cores" tenha influenciado os fauvistas franceses antes de eles exporem como um grupo em 1905. Nesse contexto, os comentários de Christian Krohg, num artigo de 1909, mostram-se interessantes: "Concluindo, se eu fosse dar uma impressão de Matisse como pintor, diria que ele se parece com Edvard Munch. Acho que Munch é o pai do matissismo, embora ele possa, talvez, desconhecer seu filho".

A reconhecida influência de Munch sobre os jovens artistas da Europa do Norte, principalmente sobre os pintores expressionistas alemães, está refletida no seu sucesso abrangente na Alemanha, após a virada do século. Nesse período ele continuou a viver e trabalhar na Alemanha - pintando vários retratos monumentais, em tamanho natural, paisagens em cores vibrantes fortes e, notavelmente, uma versão agressiva de sua série de temas sobre o amor.

Em 1912, foi dada a Munch uma sala especial na famosa Exposição Sonderbund em Colônia, onde foi reconhecido como a maior influência viva no desenvolvimento da arte moderna contemporânea européia. No ano seguinte, em Berlim, ele e Picasso eram os únicos artistas estrangeiros convidados a ter salas especiais na Exposição de Outono, em reconhecimento à importância de ambos para os jovens artistas alemães que surgiam. Entretanto, enquanto as tendências de vanguarda na arte moderna se desenvolveram na direção do futurismo e do cubismo, ou, no caso de Kandinsky, para o abstrato, Munch percebia o mundo exterior por meio do uso livre da perspectiva central, o que continuou sendo um dos elementos principais de sua arte humanística.

Entre as guerras, Munch levou uma vida reclusa em sua casa em Ekely, nos arredores de Oslo, vendo somente os amigos mais chegados. Um outro grupo de temas desses anos tardios retrata o artista e a modelo, em que Munch analisa a relação entre um homem mais velho e uma mulher mais nova. Comparados com suas severas salas feito caixas, os interiores agora aparecem repletos de objetos, com portas que levam a uma sucessão de outras salas. Entre 1932 e 1935 Munch fez 'cópias radicais' vibrantes de seus temas iniciais sobre o amor. Pode ter sido influenciado por artistas do grupo Brücke, em especial pelo colorido violentamente exagerado de Karl Schmidt-Rotluff, cujo trabalho foi incluído numa exposição abrangente da arte alemã na Kunstnernes Hus em Oslo em 1932, sob o patrocínio de Edvard Munch.

Nas últimas décadas de sua vida, Munch produziu uma série de auto-retratos em que traçou, ano a ano, o seu progresso físico e mental em direção à morte que se aproximava.





























































































































Cronologia

1863
Nasce em 12 de dezembro, em Løten, Hedmark County, na Noruega. Filho de Cristian Munch, médico, e Laura Cathrine Munch, nascida Bjølstad. No ano seguinte, a família muda-se para Christiania (atual Oslo).
1879
Matricula-se no Technical College para estudar arquitetura, mas freqüentes acessos de doenças interrompem seus estudos.
1880
Decide tornar-se pintor e, no ano seguinte, matricula-se na Royal School of Design.
1882
Divide um estúdio com outros jovens pintores, onde Christian Krohg, um dos mais importantes pintores noruegueses da época, supervisiona seu trabalho.
1883
Expõe pela primeira vez (The Industry and Art Exhibition).
1884
Trava contato com os anarquistas, com o autor Hans Jæger e também com outros membros da Christiania-Bohème, um grupo de escritores e artistas de vanguarda. Expõe pela primeira vez no Artists' Autumn Exhibition, em Christiania, onde se apresentará regularmente até 1892.
1885
Viaja para Antuérpia em maio, expondo um retrato de sua irmã Inger na Feira Mundial. Daí, viaja a Paris, onde permanece três semanas.
1889
Em abril, faz sua primeira exposição individual. Recebe uma bolsa de estudos do Estado, viajando a Paris em outubro, onde tem aulas no estúdio de Bonnat.
1890
Encontra-se em St. Cloud, nos arredores de Paris.
1891
Encontra-se em Nice e Paris. Passa o verão na Noruega.
1892
Primeira exposição individual no outono. Depois disso, recebe um convite para apresentar a exposição em Berlim, na Associação dos Artistas. Alguns dias antes da abertura, os membros da Associação votam pelo fechamento da exposição. O 'caso Munch' torna-o célebre da noite para o dia. Ingressa no círculo internacional de escritores, artistas e críticos que inclui, entre outros, August Strindberg e Stanislaw Przybyszewski.
1893
Em Berlim, em dezembro, faz exposição individual, onde seis pinturas são reunidas em uma série intitulada Love, evoluindo, mais tarde, para The Frieze of Life.
1894
Em Berlim, é publicado o primeiro livro sobre o artista: Das Werk des Edvard Munch, com colaborações de Stanislaw Przybyszewski, Franz Servaes, Willy Pastor e Julius Meier-Graefe. Começa a trabalhar em entalhes e litografias no final desse ano.
1895
Em Berlim, expõe com o artista finlandês Axel Gallén-Kallela, na galeria Ugo Baroccio. Julius Meier-Graefe publica uma obra com oito entalhes.
1896
Em fevereiro, viaja a Paris. Expõe no Salon des Indépendants (dez pinturas). Exposição individual no Salon de l'Art Nouveau. Um artigo de Strindberg é publicado na La Revue Blanche. Produz litografias coloridas e começa a trabalhar com xilogravuras. Desenha o cartaz para Peer Gynt, de Ibsen, para o Théâtre de l'Oeuvre.
1897
Em Paris, expõe novamente dez pinturas no Salon des Indépendants. Desenha o cartaz de John Gabriel Borkman, para o Théâtre de l'Ouvre. Regressa à Noruega, em junho. Adquire uma pequena casa de verão em Åsgårdstrand, cidade costeira ao sul de Christiania.
1898
Viaja para Berlim em março. Em maio, segue para Paris. Retorna em junho. Ilustra texto de Strindberg no jornal Quickborn.
1899
Viaja para Berlim, Paris, Nice, Florença e Roma, onde estuda os afrescos de Rafael. Regressa à Noruega por Paris.
1900
Encontra-se no Sanatório Kornhaug, na Noruega. Em março, viaja para Berlim, Florença, Roma e Suíça. Passa o outono em Christiania.
1901
Passa o inverno em Christiania e o verão em Åsgårdstrand. Encontra-se em Berlim no início de novembro.
1902
Em Berlim. Dedica-se à fotografia. Expõe The Frieze of Life na Berlin Secession. Trava relações com Albert Kollman, Dr. Max Linde e Gustav Schiefler, que darão grande suporte à sua obra na Alemanha. Verão em Åsgårdstrand. Dispara contra si mesmo, na mão esquerda, durante desentendimentos com sua noiva. Perde duas juntas dos dedos.
1903
Berlim e Paris. É publicado o livro Edvard Munch und die Kunst der Zukunft, de Max Linde. Torna-se membro da Societé des Artistes Indépendants. Vende a obra Summer Night/Girls on the Jetty ao famoso colecionador russo Morozow.
1904
Em Berlim, assina contrato de três anos com Bruno Cassirer para a venda de impressões de suas obras, e outro com Commeter para a venda de suas pinturas. Passa os meses de março e abril em Weimar. Torna-se membro da Berlin Secession. Passa o verão em Åsgårdstrand, onde pinta um friso por encomenda de Max Linde.
1905
Grande exposição na Manes Art Association, em Praga, onde tem imenso sucesso.
1906
Trabalha nos cenários da produção de Max Reinhardt das obras Ghosts e Hedda Gabler, de Ibsen, para o Kammerspiele Theatre, em Berlim. Freqüenta clínicas como Bad Elgersburg e Bad Kösen, tentando tratar seu crescente problema com os nervos.
1907
Pinta um friso para o Kammerspiele Theatre, em Berlim. Passa o verão e o outono em Warnemünde, Alemanha.
1908
Passa o inverno em Berlim e o verão em Warnemünde. No outono, interna-se na clínica particular para doenças nervosas do dr. Jacobson, em Copenhague.
1909
Passa o inverno e a primavera com o dr. Jacobson. Em março, finalmente obtém reconhecimento na Noruega após uma grande exposição individual em Oslo, a qual também lhe traz sucesso financeiro. Em maio, estabelece-se em Kragerø, cidade costeira ao sul da Noruega. Começa a trabalhar no projeto de decoração da Oslo University Aula.
1910
Adquire a propriedade de Ramme, em Hvitsten. Continua a trabalhar no projeto da Oslo University Aula.
1912
Ganha uma sala especial na importante Sonderbund Exhibition, em Colônia, único artista vivo na exposição a receber tal homenagem. É apresentado nessa exposição como um dos precursores da arte moderna, ao lado de Cézanne, Van Gogh e Gauguin.
1913
Aluga Grimsrød Manor, no Moss. Completa 50 anos e recebe inúmeras homenagens, na Noruega e no exterior. É convidado - com Picasso - a expor na Autumn Exhibition, em Berlim, para destacar a importância dos dois artistas para a arte jovem alemã.
1914
Viaja a Berlim e Paris. Faz imenso sucesso em uma grande exposição na Fritz Gurlitt's Kunstsalon, em Berlim. A Primeira Guerra Mundial interrompe seu estreito contato com o Continente.
1916
Adquire a propriedade de Ekely, em Skøyen-by-Oslo, onde passa a maior parte do tempo, até sua morte. Em 19 de setembro, a decoração da Oslo University Aula é inaugurada. A monografia de Curt Glaser dedicada ao artista é publicada no ano seguinte.
1921
Grande exposição retrospectiva em Kunsthaus, em Zurique.
1923
Torna-se membro da Academia Alemã de Belas-Artes.
1927
Grande exposição retrospectiva, primeiro na Nationalgalerie, em Berlim, depois na National Gallery, em Oslo.
1930
Sofre de uma doença nos olhos.
1933
Celebra 70 anos. Torna-se Cavaleiro da Grande Cruz da Ordem de Santo Olavo. São publicadas duas monografias sobre o artista, respectivamente por Jens Thiis e Pola Gauguin.
1937/39
Oitenta e duas obras são confiscadas nos museus alemães pelos nazistas e vendidas na Noruega.
1940
A Alemanha invade a Noruega. Munch rejeita o contato com os nazistas.
1944
Morre tranqüilamente em sua casa, em 23 de janeiro. Deixa em testamento suas obras-de-arte à cidade de Oslo.