Sem título 1994. Escultura em poliestireno, fibra de vidro, vidro, lã, veludo, linho, 162X450X410 cm
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| | Sem título 1994. Madeira, óleo, acrílico, bastão oleoso, lâmpada, lata, lã, 201X163X170 cm. Coleção: Dunedin City Gallery, Nova Zelândia
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| | World Domination - Strategic Plan 1996. Técnica mista. Instalação na XXIII Bienal Internacional de São Paulo. Foto: Fernado Chaves
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| Entrevista concedida a Megan Tamati-Quenell, publicada na revista Planet Magazine, n. 14, p. 60, Auckland, 1994.
P. Kia ora Peter, como é seu novo trabalho? R. Bem, ele não parece obviamente maori, a não ser por algumas referências sutis como o esquema de cores vermelho, branco e preto. O trabalho parece mais um anúncio de pequena empresa ou placa de beira de estrada. Esses signos possuem uma natureza ambígua, pois também podem fazer referência a reivindicações de posse de terra e acordos. Tudo depende da maneira que o espectador os interpreta. Uma vez contextualizado como um artista maori, estou interessado em saber como alguns desses trabalhos podem ser lidos dessa maneira. À primeira vista, pode parecer que desisti da idéia de trabalhar como um artista maori. É como se tivesse me afastado do trabalho, mas na realidade ainda estou lidando com isso. Meu trabalho pretende pesquisar a cultura maori no nível pessoal, mas também questiona o carreirismo e o modismo de um modo cético, como, por exemplo, o biculturalismo como veículo pessoal para uma carreira rápida.
P. Qual é o contexto do seu novo trabalho? R. Meu trabalho visa buscar novas dimensões para a atual vida maori e estudar quais os papéis que os maori representam na sociedade, além daqueles estereotipados, como seu envolvimento nas áreas de economia e política. Tenho usado caixas de transportar automóveis - que, à primeira vista, não representam o capitalismo desenvolvido, mas o fato de elas terem sido feitas para transportar automóveis importados do Japão ou da Austrália faz referência a grandes interesses comerciais. As placas de beira de estrada, reproduzidas na parte superior dos caixotes, referem-se a outro patamar. Quando uso uma caixa inteira como a que usarei na minha exposição em Brooke Gifford, ela se refere a uma estrutura social ainda mais baixa. Parece mais um abrigo tosco.
P. Economia e capitalismo são mundos aos quais os maoris não estão associados, não é? R. Nesse trabalho, mais do que em anteriores, estou desafiando as classificações estereotipadas. Dei-me conta de que a cultura maori hoje em dia não é tudo, como por exemplo a perspectiva de Alan Duff, cujo trabalho não é apenas cultural. Pelo que vi até agora de Ngai Tahu hui, seu trabalho pretende estabelecer bases econômicas e lidar com as reivindicações do Acordo, tentando fazer com que as coisas aconteçam na área econômica e operando de uma maneira muito profissional e séria.
P. As pedras preciosas que usou nos aviões são uma referência ao sistema de trocas com contas coloridas usado em uma economia primitiva? R. Sim, mas elas também se referem a outro tipo de troca - como, por exemplo, as doenças. Em meu trabalho, os cobertores fazem referência a itens de troca entre os maori e os Pakeha (brancos). Aparentemente, esses cobertores pareciam ótimos, mas ao serem usados úmidos causavam muitas doenças e mal-estares entre os maori, e isso, por si só, é um outro tipo de troca, doença e morte. Minhas pinturas do ano passado com números tratam do comércio de sangue, whakapapa, ancestralidade, e a diluição das linhas de sangue - outra forma de troca e de comércio.
P. Muitos de seus trabalhos são sagazes, têm senso de humor, o que poderia ser interpretado como cinismo... R. Um trabalho que afirme algo como "arte de tribo perdida" é, na verdade, um trabalho feito por pessoas como eu. Sou descendente dos maoris e talvez esteja consciente disso ou totalmente inconsciente por ter sido "destribalizado". Então, quando comecei a fazer arte maori era como se fizesse parte de uma tribo perdida, uma tribo que perdeu suas características maori e estava buscando suas próprias raízes.
P. O que me diz de seu percentage painting? Eles também não tinham um olhar cínico em relação ao biculturalismo e ao sucesso que seu trabalho obtém na cultura Pakeha? R. Sem dúvida é um olhar cínico em relação ao politicamente correto. Era esse o conteúdo do meu trabalho em relação à minha porcentagem de sangue maori, em relação ao fato de ser uma pessoa em parte maori, e este novo trabalho é uma extensão disso. Quando você parece um Pakeha, mas é de descendência maori, você se sente destribalizado. As pessoas às vezes querem saber quanto sangue maori você tem; então você diz e elas ficam contentes porque tinham razão, a sua porcentagem de sangue maori é muito pequena. E aí o acusam de se aproveitar da condição maori. As percentage paintings eram um modo de denunciar esse tipo de atitude. Acredito que a identidade maori tem a ver com o fato de você se considerar um maori - ter ancestrais maori em oposição ao um conceito que leva em conta a quantidade de sangue maori que você possui. Além disso, a percentage painting era um olhar cético aos processos institucionais da arte necessários para me adotar como um artista maori em relação aos trabalhos anteriores ao percentage. Dei-me conta de que podia ser usado como um pacote confortável para justificar o critério Pakeha de como a arte maori deveria ser, para obter sucesso com as pessoas menos esclarecidas dessas instituições. Já que sou branco, meu trabalho, apesar de lidar com maori kaupapa, pertencia a um meio ambiente artístico europeu e eu não era versado nem em tikanga nem em te reo Maori.
P. Como começou a explorar ou a incluir uma dimensão maori em seus trabalhos? R. Quando comecei a pesquisar a arte maori, ingenuamente me apropriei dela, mas, quando olho para trás, acredito que em grande parte dei os passos certos. Eu estava na região Waitaha de Nga Puna Waihanga, e antes de me tornar um artista maori fui visitar Bill Solomon em Takahanga. Queria saber se achava correto me tornar um artista maori uma vez que era uma pessoa destribalizada, com pouco sangue maori. Não sabia se tinha esse direito. Bill me deu todo o apoio e concordou plenamente. Acho que quando se começa, sempre se opta pelo caminho óbvio, na raiz, na base.
P. Parece que seu trabalho não enfoca mais as formas maori. Por quê? R. Um dos motivos é que me dei conta de que não podia explorá-las mais a fundo por não possuir conhecimento suficiente para continuar. Mas, também, ao lidar com a arte, com a arte maori, dessa maneira, não me pareceu relevante para minha experiência. Quero falar como é ser maori e não ter certeza de fazer parte deles. Esse foi meu trabalho no ano passado. O desse ano está mais voltado para a realização dos aspectos multidimensionais da sociedade maori tal como se apresenta hoje, desfazendo mitos de como os maori se comportam - desfazendo estereótipos.
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| Nasceu em 14 de dezembro de 1966 em Ashborton, Nova Zelândia.
Exposições individuais
1995 Peter Robinson, Opus Operandi, Gent, Bélgica; Bad Aachen Ideas, Ludwig Forum Für Internationale Kunst, Aachen, Alemanha. 1994 100%, Peter Mcleavey Gallery, Wellington, Nova Zelândia; New Lines/Old Stock, Brooke/Gifford Gallery, Christchurch, Nova Zelândia. 1993 Paintings, Peter Mcleavey Gallery, Wellington, Nova Zelândia; Peter Robinson, Claybrook Gallery, Auckland, Nova Zelândia. 1992 The Spaces Between, Brooke/Gifford Gallery, Christchurch, Nova Zelândia; Peter Robinson/Shane Cotton, Claybrook Gallery, Auckland, Nova Zelândia.
Exposições coletivas
1996 Cultural Safety, Wellington City Art Gallery, Wellington, Nova Zelândia. 1995 Cultura Safety, Ludwig Forum Für Internationale Kunst, Aachen, Alemanha; Frankfurter Kunstverein, Frankfurt, Alemanha; Zimmerdenkmäler, Blumenstrasse, Bochum, Alemanha; Hangover, Waikato Museum of Art and History, Hamilton, Nova Zelândia; Korurangi, Auckland City Art Gallery, Auckland, Nova Zelândia. 1994 Localities of Desire, Museum of Contemporary Art, Sidney, Austrália; Art Now, Museum of New Zealand Te Papa Tongarewa, Wellington, Nova Zelândia. 1992 ARX 3 Artist Regional Exchange, Perth Institute of Contemporary Art, Perth, Austrália; Shadow of Style, Wellington City Art Gallery, Wellington, Nova Zelândia. 1991 Kohia Ko Taikaka Anake, National Art Gallery, Wellington, Nova Zelândia.
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