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Mikado
1993. Painel de luz, agulhas hipodérmicas, sangue, 12X40X40 cm. Coleção Saatchi, Londres. Foto: Erik Luntang





Franki V
1992/93. Tanque, vísceras, arame, gaze, formol, 170X55X135 cm. Horsens Museum of Art. Foto: Jens Hammer



 


 


Christian Lemmerz

Por Ann Lumbye Sorensen


Pontos de Virada

Christian Lemmerz vê a arte como um dispositivo para investigar as relações existenciais. É por esse motivo que sempre atribui grande prioridade ao conteúdo de suas obras. Seu ponto de partida artístico pode ser os nós tradicionais dos clichês pictóricos da cultura e da história da arte ou outros estereótipos da mídia de entretenimento. Ao mesmo tempo, Lemmerz vai além das normas sociais assim como das da estética artística em suas tentativas de enfocar aquilo que considera ser o absoluto.

Em seus trabalhos, Lemmerz utiliza uma combinação, ou um confronto, de rigor clássico e uma estética expressiva de efeitos. Cada item apresentado tem sua própria e precisa solução artística e cada idéia tem seu material mais adequado - desde as camadas de gesso moldado com suas referências esculturais clássicas até os ready-mades. Ele também utiliza vários materiais sintéticos, assim como elementos orgânicos como gordura, sangue e urina. Podemos dizer, portanto, que Lemmerz opera com a obra de arte aberta em um nível filosófico em que o silêncio não é o oposto da fala. Ao mudar os limites daquilo que é possível em termos esculturais, ele também formula suas indagações nas áreas da existência consideradas tabu. Isso muitas vezes conduz a uma sensação de agressão provocada por parte do espectador. Um espelho desagradável é colocado em frente aos nossos rostos quando nos confrontamos com uma série de problemas que gostaríamos de deixar de lado.

Christian Lemmerz muitas vezes fez justaposições de vários de seus trabalhos para orquestrar uma instalação, mas em Locus Solus (1996) criou uma instalação total. Espelhar o medo e a incerteza é o potente tema desse trabalho, no qual o espectador se move em um mundo-espelho hermético para se defrontar com o ponto de fuga e com palavras imperativas em uma estranha combinação com um cérebro rotativo. A morte está presente com uma sensibilidade provocante no espaço hipnótico e imaginário, em uma jornada por meio da qual nos fazemos a pergunta fundamental: o que é a realidade? E em seguida repetimos a primeira frase do romance de André Breton, Nadja: "Quem sou eu?"



Cronologia


Nasceu em 1959 em Karlsruhe, Alemanha. Entre 1978 e 1982 estudou na Academy of Fine Art de Carrara, na Itália, e entre 1982 e 1986 na Royal Danish Academy of Fine Arts da Dinamarca.


Exposições individuais

1995
Dio Cane, Galleri Faurschou, Copenhague, Dinamarca.
1994
Scene, Esbjerg Museum of Art, Esbjerg, Dinamarca; Anatomi, The Department of Drawings and Sculptures, The Royal Danish Museum of Art, Copenhague, Dinamarca; White Shadow, DCA Gallery, Nova York, Estados Unidos.
1992
Abfall, Vestsjaellands Museum of Art, Soroe, Dinamarca; Geschlecht, Galleri Faurschou, Copenhague, Dinamaca; Lichtfall, Espace Enface, Bruxelas, Bélgica; Lebernebel, Art Cologne, Colônia, Alemanha.
1991
Limbo, Horsens Museum of Art, Horsens, Dinamarca.
1989
Melancholia, Galleri Prag, Copenhague, Dinamarca.
1988
Wiederaufbereitung, London Bar, Barcelona, Espanha; Kathasis, Galleri Prag, Copenhague, Dinamarca; Skrevet i Vand, exposição itinerante em dois locais, com Erik A. Frandsen: Aarhus Museum of Art, Dinamarca; Barcelona, Espanha.
1987
Afasi, Galleri Prag, Copenhague, Dinamarca; Das Schweigen, Koege Skitsesamling, Koege, Dinamarca; Requiem, Horsens Museum of Art, Horsens, Dinamarca.
1986
La Scultura Moderna é Sempre Bella, Galleri Specta, Aarhus, Dinamarca.


Exposições coletivas

1996
KLF, Arken Museum of Modern Art, Copenhague, Dinamarca.
1995
Welfare, Galerie du Temple, Paris, França.
1993
Inferno, The Royal Danish Museum of Art, Copenhague, Dinamarca.
1992
Spejlbilleder, The National History Museum at Frederiksborg, Dinamarca.
1988
Foundation Cartier, Paris, França.
1987
De Danske Vilde, exposição itinerante em dois locais: Nordens Hus, Reykjavik, Islândia; Nordens Hus, Faeroerne.
1986
Limelight, Charlottenborg, Dinamarca.
1985
Ung Dansk Kunst, Young Artists Society, Oslo, Noruega.
1984
Gud Og Grammatik, Charlottenborg, Dinamarca.
1983
Graesset Malker Koens Ben, Vaerkstedet Vaerst, Copenhague, Dinamarca.
1982
Der Ring des Niebelungen, Vaerkstedet Vaerst, Copenhague, Dinamarca.


Performances

1996
The Wake, Arken Museum of Modern Art, Copenhague, Dinamarca.
1989
Body (Performance Group Vaerst), Ny Carlsberg Glyptotek, Copenhague, Dinamarca.
1987
Afasi II (Performance Group Vaerst), Café Kellerdirk, Copenhague, Dinamarca; Afasi III (Performance Group Vaerst), Roskilde Festival, Roskilde, Dinamarca.
1986
Afasi (Performance Group Vaerst), Sole, Stavanger, Noruega; Tod, com Sonny Tronborg, Sveaborg, Finlândia.
1985
We Have Nothing to Say, But We Do It as Concentrated as Possible (Performance Group Vaerst), Galleri Kongo, Copenhague, Dinamarca; The Mountain Climber e In the Valley (Performance Group Vaerst), Fall Exhibition, Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca.
1984
God and Grammar, Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca; The Danish com M. Kvium, The Art House, Estocolmo, Suécia.


Filmes

1994
Voodoo-Europa, 35 mm, com Michael Kvium.
1986
Groed, 16 mm, com Performance Group Vaerst.